domingo, 18 de janeiro de 2009

O curioso caso de Benjamin Button


Drama baseado no clássico romance homônimo escrito por F. Scott Fitzgerald nos anos de 1920.

É possível que o filme “O curioso caso de Benjamin Button” não figure entre os que receberão prêmios pela atuação excepcional dos atores, direção, etc., mas isso não lhe tira a função, penso eu, que todo filme deve ter: fazer sonhar, expor a condição humana, refletir sobre a vida, contar boas histórias, fazer pensar. O filme faz tudo isso.

Imagine nascer em um corpo de 80 anos, embora pareça um bebê. Depois deste começo insólito, ir no sentido contrário, remoçando. Os desencontros com aqueles a quem se quer bem é o primeiro que acontece. A sensação de urgência é maior e do sagrado de cada momento é mais vivo. Perde-se tanto tempo com bobagens. Deixa-se tanto de ter encontros, realizar sonhos por causa de obrigações...

O irônico é que a história não tenta driblar a morte, ela encontra ao que se torna cada vez mais jovem e aos que envelhecem, com uma diferença, para pior, para o personagem Benjamin (Brad Pitt). Ele vai perdendo as lembranças e experiências vividas. Isso acontece também com quem envelhece, mas em virtude de doenças, não é o comum. Quando velhos, perde-se algo, não tudo, consolam as vivências, restam as lembranças, as histórias experienciadas, boas e ruins.

Nestes pontos diametralmente opostos – a juventude e a velhice – há muito de similaridade. A fragilidade, a necessidade de cuidados, a dependência e os medos retornam em outros formatos.

O filme fala da finitude que a todos nós ronda. A fala de um velho capitão reflete isso quando ele, prestes a morrer, diz que não adianta xingar, espernear, quando a hora chega, só nos resta aceitar.

           Temos o impulso interior para o eterno, para a saúde, para a felicidade, é do humano. Mas devemos aprender, como ensina o personagem Benjamin, que nada é para sempre e só nos resta aproveitar cada momento mágico que nos é ofertado, cada experiência, cada dia como se fosse uma dádiva. E é.

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