A aparição
O auto-proclamado apóstolo Estevam Hernandes, fundador e líder máximo da igreja Renascer em Cristo, é um sobrevivente. Com isso quero dizer que é um espertalhão. Se algum dia motivou-lhe o puro desejo do serviço ministerial, este fruto daquilo que se diz “chamado de Deus”, em algum momento virou delírio de grandeza, transformou-se em soberba ou numa humildade demoníaca que não lhe impede de ver os próprios erros e assumir responsabilidades.
A igreja que criou tornou-se um monstro maior que qualquer desejo simples de servir, que é o trabalho de pastorear ovelhas. O ingrediente dinheiro maculou definitivamente sua alma, como o anel que consumia quem o possuía na saga “O Senhor dos Aneis”.
Eu, por mais que esteja calejado pelos erros humanos, incluindo os meus, custa-me ver o cinismo com tanto requinte e de forma pública. Desespera-me que as pessoas, nestas igrejas e muitas iguais a ela, não percebam. Bem disse Oséias, que por falta de instrução o povo perecia.
Em sua primeira aparição depois da queda do teto de sua igreja, Hernandes e mulher utilizou a velha e surrada tática de se fazer de vítima dos homens e de satanás. O inferno é o outro. A imprensa acompanhou. Num “culto de poder” que realizou numa igreja emprestada no Brás, segundo relatou a reportagem, disse pérolas como: "Vamos esmagar com nossos pés sangrando a cabeça do gigante-satanás que fez aquele teto da Lins de Vasconcelos desabar"; pediu dinheiro para a glória de Deus; falou de uma conspiração demoníaca da imprensa contra seu “sagrado” ministério; lembrou que uma das vítimas teria dito que queria morrer na igreja e que outra queria doar seus bens para à Renascer. Por fim, num ato de supremo mau caratismo, comparou-se a Jó: "Também a casa de Jó caiu com seus filhos dentro".
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