Combinação
de termos 'panela de pressão' e 'mochila' despertou a atenção da polícia. Uma
família de Long Island, Nova York, recebeu a visita de agentes da polícia
americana por causa de buscas na internet pelos termos "panelas de pressão"
e "mochila".
A família
diz entender por que a busca pelos dois itens na internet — ela tinha
pesquisado "panela de pressão" e o seu marido "mochila" —
feita de um mesmo domicílio levantou a suspeita das autoridades
antiterroristas, mas que ficou "assustada" coma invasão de
privacidade.
Fonte: BBC Brasil (02/08/2013)
A história já
caducou. Os EUA futricam no email de todo o mundo. Instalaram a maior rede de
fofoca do planeta. Nada escapa aos olhos do grande irmão. Olhou para o
computador, até seu pensamento eles estão pescando. Se mandar email, comprar
uma cueca ou par de meias, eles saberão. Ah, você que não gosta que bisbilhotem
suas entranhas de bytes, nem que um enxerido fiscalize com quem você conversa –
especialmente aquelas impublicáveis –, pois que se dane: Obama está pouco se
lixando.
Tem mais. Se
falar certas palavras, torna-se suspeito; se tentar adquirir certos objetos,
até outro dia inocentes como uma singela panela de pressão ou uma banal mochila
é culpado; e se por azar fizer uma busca com os dois produtos juntos, pronto:
você é um terrorista safado, inimigo declarado, quase um Bin Lauda, como
costumava chamar o finado Jairzinho ao também igualmente finado chefe da Al
Qaeda.
A pobre panela
de pressão se tornou uma arma porque os malucos irmãos Chechenos que explodiram
a maratona de Boston inventaram bombas caseiras com as inofensivas caçarolas
que, no ato terrorista, ficaram armazenadas em mochilas. Uma galinhada, um cozidão,
qualquer coisa que você queira cozinhar, se precisar de uma panela de pressão,
tem que ser autorizado pelo governo que naturalmente mandará alguém inspecionar
a utilização do aparato e provar o resultado da comida. Talvez a vingança seja
fazer uma comida nordestina arretada que um estômago sensível de gringo não aguente.
Uma família
esqueceu que a panela de pressão havia sido inscrita no índex de futrica do
serviço secreto. Pra completar, o marido era de ascendência estrangeira. Foi a
gota d’água. De repente, três vans pretas pararam na porta e homens armados,
óculos escuros, entram casa adentro. Cadê a panela? Cadê a panela? Berravam.
Armas na cabeça, o pobre e atordoado casal não sabia. A elétrica de cozinhar
arroz?, perguntou o marido. O papeiro grande?, quis saber a mulher. Estavam
atarantados. Ah, então vocês estão mais sofisticados! Agora o dispositivo de
ataque é elétrico? De ataque? Dispositivo?
Sentado de
sopetão na cadeira, o marido tem uma luz forte na cara. Você pesquisou sobre
como tornar uma panela de pressão uma bomba na internete? Na na na não. Negou o
homem, que estava cada vez mais confuso. Minha mulher faz quinoa. Quem é esta
Quinoa? É sua amiga terrorista? Onde ela está? O agente se vira para o outro e
pergunta: que tipo de bomba é essa? O outro encolhe os ombros enquanto revira a
casa. Outro pergunta onde a panela está escondida. A mulher chora.
No
Brasil, o governo Dilmista foi convocado a integrar uma rede mundial de
investigação de panelas. A briosa Abin recebeu treinamento ianque e para
começar imediatamente a investigação, estabeleceu um grupo tático. Há um
ligeiro problema. A fiscalização será analógica. A Oi ganhou a licitação, mas
os cabos estão quebrados ou coisa assim. Nas feiras já há um câmbio negro de
panela, ainda não chegou às mochilas. Dizem que as panelas paraguaias são mais
mortais, explodem sozinhas por causa das válvulas chinesas. Muito cuidado na
hora da confecção da bomba, viu? Quero dizer, do feijão, do feijão...