terça-feira, 18 de maio de 2010

Roubar na delegacia é mais fácil

A comerciante Nadir Aparecida Parasso, 52, afirmou nesta sexta-feira que não espera recuperar os R$ 13.500 roubados ontem, dentro de uma delegacia de Salto (101 km de São Paulo). "Nunca pensei que seria assaltada dentro de uma delegacia", afirmou.
O crime aconteceu por volta das 15h, quando ela estava na delegacia para registrar um boletim de ocorrência por clonagem de celular. No entanto, ela foi surpreendida por dois homens que anunciaram o assalto.
Fonte: Folha de São Paulo
Boa tarde, eu quero registrar um boletim de ocorrência.  Senhor, boa tarde! Só um minutinho. Putz, tu viu Pereira, quase era gol? Ê Pereira, acorda! O senhor pode me dar atenção por um instante? Ah, sim, senhora. O que é? Eu quero fazer um boletim de ocorrência. Né comigo não, é com o Pereira. Pereira! E aí, qual é o pó? Pó? Pó de pobrema. Atrasou, né Germano? Diz aí. A senhora quer registrar um BO.
Aqui senhora. Qual é o caso? É que meu celular foi clonado... Espere só um minuto que vou ligar o computador. Esse aqui tem que desligar se não o bicho esquenta que queima, nunca vi troço assim. Vai demorar muito? Não senhora, uns dez minutos. Isso tudo? É que ele também é lento. Tomara que a senhora tenha sorte e o sistema esteja no ar. Quando dá pobrema, só no outro dia. Cruze os dedos.
Germano continua grudado no jogo. Entram dois homens. Aí madame, passa a bolsa. Quê??? Não pia. Passa a bolsa. O que é isso? É uma pegadinha? É, quero pegar tua bolsa. Comigo não violão. Joga a bolsa por cima do balcão. O homem, rápido como um gato, pula e pega a bolsa. Dirigem-se para a saída enquanto a mulher se agarra a um deles. Larga, dona. Pipoca ela, Ventão. É mêrmo. A mulher larga o ladrão que foge com a bolsa.
Ei, o que diabo é esse lugar? Eu fui assaltada!! Vocês não vão fazer nada, seus moloides? Que é isso, dona? Que assalto, eles não eram seus conhecidos? Que conhecido o quê, será que o senhor é cego, não viu o homem pular o balcão e pegar minha bolsa? Meu Deus, o que vou fazer? Vocês não vão perseguir os bandidos? Senhora, nóis somos apenas escrivãos, num perseguimo bandido, não. Mas isso é uma delegacia ou quê? Delegacia, sim, senhora, mas... Germano, larga esse jogo que a madame aqui foi assaltada. Como assaltada? Assaltada seu debilóide, os marginais entraram aqui e tomaram minha bolsa com 13 mil reais. Como é que a senhora anda com tanto dinheiro por aí? Mas isso aqui é uma delegacia, como é que eu podia imaginar que seria assaltada dentro de uma delegacia?
Olha, senhora, este trecho aqui é perigoso. Ô, seu louco, isto aqui é uma delegacia. Ladrão deve entrar aqui preso e não para assaltar. Tu viu tudo Pereira? Tô pensando que era briga de marido e mulher e aí, tu sabe, briga de marido e mulher ninguém deve meter a colher. Vocês são loucos? E se fosse? Vocês deveriam fazer algo a respeito e não ficar assistindo. Mas pareceu senhora, principalmente naquela hora que a senhora se atracou com ele. Coisa de mulher apaixonada, né não Germano? Ô! A madame nem queira saber o tanto de confusão de casal que dá nesta região. A gente vive dizendo que estes abacaxis quem resolve é a delegacia da mulher... Não me interessa a confusão de ninguém, eu quero é que vocês se mexam, isso é uma desmoralização completa da polícia, seus, seus... meganhas de nada. Aí, também não precisa ofender, né madame, tamo tratando a senhora nos conforme.
Vocês precisam chamar a polícia... Oh, meu Deus! Mas nós somos a polícia. Mas vocês disseram que não pegam bandido, como é que são polícia? Polícia de anotar, escrever as reclamação, como a que a senhora trouxe. Socorro, meu pai amado, isso aqui é um hospício! Ligou!! Até que enfim, senhora, estamos com sorte, ainda vai querer registrar o BO?