Uma mutação
genética aguça o desejo sexual em camundongos fêmeas e provoca comportamentos
agressivos, como a mutilação do órgão genital de machos, aponta estudo
elaborado por cientistas da Universidade de Genebra e divulgado na última
edição da revista "Current Biology".
Fonte: G1 (Da EFE –
05/10/2012)
Há coisas muito difíceis de
explicar. E nós somos peritos em complicar ou inventar chifre na cabeça de
cavalo, como dizia minha avó. Recordo que alguém sugeriu que aquele charutão
que Freud carregava na boca e enfeita muitas de suas fotos, seria um símbolo
fálico ou sugeria alguma tendência inconfessável. Sua resposta, imagino em tom
grave, arrematou: às vezes, um charuto é só um charuto.
Comecei torto, vá lá. O que Freud
faz neste texto? Nada. Lembrei assim, meio que por acaso, deste episódio.
Muitas descobertas da ciência, dizem, foram aos tropeções. O cara ia para um
rumo, errou, tropeçou, descobriu, simples assim. Logo, uma camundonga com um
gene alterado – o cientista disse que era para estudar genética – desenvolveu
uma tara descoberta por acidente. No cio, ela tornou-se uma serial killer de
pênis... de ratos, por suposto. Já
estavam se encolhendo aí, não é não?
Uma sopa de letrinhas descreve o
tal grupo de genes alterados na rata que, pasmem, homens, tem correspondente no
gênero humano feminino. O cientista fez questão de dizer que não há qualquer
reação similar em mulheres, como direi, nos momentos em que estão a fim. O
mesmo cientista, contudo, recusou-se terminantemente a dar garantias. Que
precisavam de mais estudos, disse, lacônico.
O espanto, dizem os estudiosos, é
porque se imaginava que genes HoxD não tinham qualquer função no cérebro. Estou
confuso, mas não exporei minha ignorância. Os caras alteram um gene e a rata se
torna uma louca tarada. No que isso ajuda a humanidade? Deixa pra lá.
Certamente é um desastre para os ratos machos. Ouvi dizer que a liga dos ratos
machos já se movimenta para ir à ONU. Sei lá o que vão fazer.
O fato é que havia um baita
mistério no laboratório. Pela manhã, em várias gaiolas, jaziam não mortos, mas
quase, pobres machos camundongos castrados, emasculados de sua virilidade
camundonguística. As fêmeas, com ar blasé, se espreguiçavam em algum canto ou
bocejavam, inertes ao sofrimento de seu par. O vigia alegou que ouviu guinchos
horríveis durante a noite. Fora acordado pelo barulho. Depois teve que remendar
a fala. Que não acordou, apenas teve a atenção atraída ou despertada para o que
julgou ser alguma rave da rataiada.
Câmeras de gravação noturna
revelaram as culpadas. Cruéis, sanguinárias, sedentas por sexo, elas atacavam
impiedosamente os pobres machos que, mesmo depois de horas satisfazendo às
ninfomaníacas foram simplesmente atacados a dentadas. O mais revelador. Passado
o cio, elas voltavam a ser boas ratas donas de casa, digo, gaiolas. Dedicadas e
amorosas. Era a própria encenação de Dr. Jekill e Mr. Hide.
Soube-se depois que uma revista
especializada em escândalos afirmava que o apresentador Ratinho sofrera um
ataque de sua rata, digo, mulher. O
próprio gastou um programa inteiro, com a delicadeza que lhe é peculiar,
a desmentir e ameaçar com processos a tal revista. Mas o desmentido pareceu
exagerado, então achou-se que havia algo de estranho mesmo. Pura maldade.
Verdade mesmo é que as meninas da
Femem, suas colegas vadias.com e outras duas agremiações neofeministas estão
umas araras. Já, já mostrarão os peitos contra o que julgam ser uma sórdida
campanha machista difamatória da feminilidade. Ainda que seja das ratas. De
fato, uma das líderes afirmou que se sente constrangida e pessoalmente
atingida, pois sua companheira jamais terá qualquer razão para se queixar de
tamanha ignomínia. Se os homens, os ratos, digo, sofreram estes supostos
ataques – elas fazem questão de enfatizar a palavra suposto – é porque são uns
porcos chauvinistas. Ratos-porcos? Estou confuso.
Em plena campanha eleitoral,
sugeriu-se que políticos ruins deveriam ser castrados também. Não bastava
barrá-los com a ficha suja. Iniciou-se a coleta de assinaturas em várias
cidades do país com o objetivo de apresentar um projeto de lei. Não se pedia a
capação propriamente dita, era apenas um apelido mais radical para uma lei que
pedia castração política para aqueles que não derem conta do recado.