domingo, 22 de agosto de 2010

O pato tarado

April Magolon, uma americana de 27 anos, está processando o parque da Disney World depois que uma pessoa fantasiada como o personagem Pato Donald supostamente agarrou seus seios e fez um gesto brincando, enquanto ela estava segurando um de seus filhos. Ela quer uma indenização no valor de R$ 88 mil aproximadamente.

Fonte: Do UOL Tabloide Em São Paulo (Com informações do The Sun)

Já ouvi falar destas confusões entre pessoa e personagem. Lembro da antiga minissérie “A Ilha da Fantasia” em que um sujeito se tornava um ventríloquo. Não recordo a razão do porquê desta necessidade dele. O que lembro é que a certa altura, o boneco ganhava vida própria. Na verdade, ele possuiu seu manipulador e este passou a perpetrar assassinatos terríveis. Depois era acometido como que por um tipo de amnésia e de nada se lembrava. Chegou ao ponto de, em dado momento, acordar ao lado de uma pessoa morta e horrorizar-se com a cena da qual, tinha certeza, não fizera parte.
Então é compreensível que Demicócio tenha sido possuído pelo Pato Donald. Embora, convenhamos, algo nesta história não bata muito bem. Mesmo considerando que, segundo ouvi, a Margarida tenha dado uma banana para o Pato Donald que já lhe enrola com promessa de casamento por uns bons anos. Sei lá, a seca, a carência... Mas agora sou eu quem confunde pessoa e personagem.
Demicócio é ainda jovem e desde criança viveu no mundo da lua. Entrou nos EUA por intermédio de um daqueles coiotes mexicanos e, dizem, bêbados e loucos costumam ter muita sorte. Demicócio se encaixa na segunda categoria. Embora não seja louco de pedra. Aqui em nossa região costuma-se chamar este tipo de abestado, que é uma palavra, não sei se concordam, engraçada. Pois bem, teve uma sorte danada de não ser pego nem morrer no deserto e ainda conseguiu trabalho na Disneylândia, imaginem.
Mas eu dizia que a história está mal contada. Sinceramente não consigo imaginar Demicócio apalpando os seios, muito menos fazendo certos movimentos pélvicos suspeitos. Se pensamos pelo lado do Pato Donald, parece-me ainda mais estranho. A julgarmos que houve aí uma possessão “aviforme”, parece-me ainda absurdo, pois com aquele corpo anatídeo que a fantasia dá, convenhamos, é difícil a consumação de qualquer tentativa, a menos que a dita senhora reclamante se postasse na posição, à maneira das patas, que suas cabeças maldosas por certo já imaginaram.
Em suas alegações a senhora mostra a prova do crime em foto. Contudo, aqui desprovido de qualquer tendenciosidade, a dona não parece tão insatisfeita assim, como vocês todos podem notar.
A referida senhora, alega ainda que devido ao ataque sofrido, sente-se traumatizada mesmo dois anos depois do ocorrido, e sofre de ansiedade, dores de cabeça, náuseas, suores frios, insônia, pesadelos e problemas digestivos. Por evidente, deseja uma módica quantia reparadora da Disney que lhe permitirá viver refesteladamente.
Até onde sei, parece que Demicócio, aconselhado por advogado finório, resolveu acompanhar a senhora e processar a Disney, pois alega ter juízo fraco, e se fez algo, não foi ele propriamente, mas o Pato Donald que estava agravado pela dor de cotovelo resultante do fora que ganhou da antiga namorada. Esta história ainda vai dar o que falar.