O advogado Eduardo Goldenberg, morador do Rio de
Janeiro, teve a carteira roubada na noite do dia 31, ao chegar a Copacabana, na
zona sul, para a festa da virada do ano. Três dias depois, conseguiu recuperar
a carteira. Na terça-feira (5), ao chegar ao trabalho, encontrou um envelope
com quase todo o dinheiro que havia sido furtado --R$ 1.017—e um bilhete
deixado pelo ladrão.
“Dr. Eduardo estou devolvendo seu dinheiro que eu
peguei da sua carteira no dia 31 em Copacabana. Não dormi arrependido e peço
que me perdoe. Feliz Ano Novo. Só tirei cinquenta reais pra comprar uma
champanhe pra minha mãe. Fábio”, dizia o texto, escrito a mão.
Fonte: UOL, Rio (08/01/2016)
Se a moda pega, o Brasil vai virar uma
espécie de paraíso. E se, de fato, como o vírus da Zika, nossos bandidos,
marginais e outros que tais fossem acometidos por uma doença devolvedora de
produtos afanados, sub-reptícios ou à força, não importa? O Brasil seria o
único país do planeta cujo índice de bandidagem seria medido pela quantidade de
gente devolvendo os roubos.
A violência
continuaria – não vamos delirar, pois afinal se trata de gente e, segundo
Umberto Eco em recente entrevista, fosse ele mandatário no mundo deixaria as
gentes se devorarem até o último demenciado (o “demenciado” é meu). Nada de
pensar que se poderia andar na rua tranquilamente. Não vamos tão longe. A
diferença é que, pelo menos assaltado, o bandido acossado por uma culpa
avassaladora devolveria o bem ou dinheiro.
Um mosquito
especialmente desenvolvido por engenharia genética seria capaz de reconhecer os
pestes e os perseguiria até picá-los e infectarem seu sangue com o vírus
culposo. Aí era só esperar o contato do meliante.
O problema a
ser resolvido é ainda com os patifes das Lava Jatos da vida, pois estes são
irrependíveis. Os que devolveram dinheiro foram fustigados pela prisão e a
perda da vida nababesca que tinham. A não ser que com estes facinorosos, como
gostava Odorico Paraguassu, houvesse um estímulo ao roubo, um tempo para que
aproveitassem o bom e o melhor e só então a polícia entraria em perseguição, prisão,
bofete na cara... Ah, não pode? Tudo bem, beliscões nas partes pudendas e
quebra de dedos... Também não pode por causa dos direitos humanos? Lástima!
Ai, ainda tem
os políticos! Se forem que nem o Eduardo Cunha, Renan Calheiros, está difícil.
Pense num bicho renitente! Esta raça pede medidas extraordinárias. Espremido
por 1,5 milhão de assinaturas, Renan aguentou-se na cadeira da presidência do
Senado e não saiu e ainda deu razão a quem se levantou contra ele. É um mestre.
Dudu está há meses com toda sorte de denúncia lhe sacudindo o traseiro e nem
treme a cara. Sem contar que até agora não houve meio de sequer de fazer balançar
sua cadeira.
Seu tipo
resulta do inacreditável ambiente corruptor das casas Legislativas brasileiras.
São anos de maracutaias e safadezas cuja sofisticação (ou não) faria corar uma
pedra, mas não eles, senhoras e senhores. Ali se dá um fenômeno da
sobrevivência do mais apto, uma seleção natural curtida pela pilantragem
endêmica. De venda de leis a achaques de empreiteiras, eles são experts em
percentuais.
O vírus
culposo não lhes faria dano algum. Ainda resta o voto, mas o povo, esse débil
mental, sem crueldade, como dizia Nelson Rodrigues, solapa eleição após eleição
essa única arma contra essas nefastas criaturas. Um trocado, uma cesta básica e
lá se vai o imbecil votar no biltre.
Talvez,
penso aqui, se arrancássemos o gen do Delcídio? Disse seu patrono Lula,
abespinhado por sua falta de ladinice, que sua captura por boquirrotice foi
“coisa de imbecil”. Mas ainda lhe premiou com os epítetos de louco e idiota.
Pois precisamente são estes que nos servem, já que não há meio de
exterminá-los. Os incapazes de concluir uma safadeza. Os ineptos para mentir
desbragadamente como o Lula. Os abestados que fazem o mal feito e ainda se
gabam ou ostentam. Então, vamos infectar a todos com a delcidite.