Chineses criam "Detector de Humor" para
salvar casais em conflitos. Os chineses não cansam de nos surpreender, não é
mesmo, internauta? E se você acha que já viu de tudo, então senta para receber
essa notícia: para (tentar) resolver as brigas rotineiras dos casais, uma dupla
chinesa desenvolveu um "detector de humor", capaz de mediar
conflitos.
Fonte: Do UOL Tablóide em São Paulo (11/10/2012)
O mercadão de terapias
para casais é quase infinito. Quem não vende terapia, escreve livros de
autoajuda, dá conselhos, ensina mandinga, simpatias. Neste quesito, nós,
latinos de influência católica, inventamos até um santo, dito casamenteiro, que
resolve a solteirice daquelas moças que, sabe-se lá por quê, não encontraram
seu príncipe. Não foi por falta de bebum, do que somos fartos.
Por que o santo só
resolve o vexame das moças? E eu sei lá! Ainda não vi homem botando o santo de
cabeça para baixo e nem se esfregando no pau, nem tirando cascas desse para
fazer chá. Opa! Não me levem a mal com esta conversa de pau. Olhem as mentes
sujas! Pau, árvore, madeira – literalmente falando – que, diz a lenda, teria a
capacidade mágica de, não sei se depois de benzido, atrair os homens como
besouros tarados pelo feromônio das besouras ou cães atrás das cadelas,
correrem às mulheres que nele se esfregam. Também literalmente.
Relação
de casal é quase tudo igual. Gire o globo e ponha o dedo em qualquer lugar e
verá que as picuinhas, os maus humores, os diálogos de surdos mudos, os
desentendimentos, são clichês puros. Menos nas latitudes e longitudes dominadas
pelo islamismo, onde mulher compara-se a coisa. Mesmo aí, com burca e tudo,
elas acham formas de estabelecerem seu espaço de manobra. Ou seria impossível
sobreviver como algo assemelhado a gente.
Os chineses inventaram a
pólvora, bússola, papel e um sem número de outras coisas. Bo Li é chinês e,
esperto como só eles sabem ser, teve a fascinante ideia de criar um aparelho
que resolveria brigas de casais. Estava cansado da senhora Li lhe detonar a
paciência. E se houvesse um dispositivo que alertasse ou mesmo interferisse nas
brigas dos casais? Comentou com um amigo que logo lhe lembrou a versão chinesa
de que em briga de homem e mulher não se deve meter a colher. Bo não se deixou
vencer pelo pessimismo do amigo. Haveria de criar a colher que acabaria com as
brigas dos casais.
Quantos homens e, vá lá,
mulheres, não estão cheios das brigas? Argumentava. E se houvesse um alarme que
percebesse as primeiras palavras ferinas e a desfeita? E se fosse capaz de
detectar as ironias mortais? Mais ainda, cheirasse as pisadas de calos? O
aparelho se converteria numa espécie de campainha do Pavlov. Só que em vez das
pessoas salivarem, parariam a briga. Quero dizer, o início dela.
O amigo, que ouvia
atentamente, quis saber como é que as pessoas desafogariam suas frustrações
depois de tantas vezes interrompidos, justo quando tripudiariam sobre seu
cônjuge, descontariam uma contrariedade. O número de agressões passionais
aumentariam, alarmou. Pior, até mortes, aconteceriam com tanta raiva guardada e
sem ter para onde ir. O homem era um catastrófico de nascença. Bo, ao contrário, era um otimista maníaco.
Que nada! Diminuiu o
negativismo do amigo. As pessoas vão usar esta energia de forma (re)produtiva.
Depois dos cinquenta milhões de tons de cinza e uma pitada de kama sutra, as
pessoas desafogarão esta energia em sexo selvagem.
Com o pé atrás, o amigo de
Bo decidiu entrar na empreitada. Qual será o princípio da detecção? Perguntou.
Bo tinha tudo resolvido depois de horas pensando confucianamente. Pelo tom de
voz, respondeu na lata. Um programa armazena diversos tons de voz carregados
daquelas maldades típicas com que se espezinha a mulher ou marido. Uma voz –
que tem que ser delicada e sensual – disparará uma frase pedindo calma,
alertando para diminuir a aspereza da voz ou coisa assim. Ótimo, aplaudiu o
outro. Faltava definir as frases. Vamos nós mesmos testar em casa. Dona Li será
um teste de fogo, provocou o amigo de Bo, que riu amarelo – olha a piada infame.
Uma semana depois, Bo
encontrou o amigo. Estava meio desanimado. O outro ria. Em sua casa o aparelho
funcionou às mil maravilhas. Dona Li superou o aparelho? Perguntou. Mais ou
menos. Quando ela começava a sair dos trilhos o aparelho funcionava. Já no
final da semana, ela ganhou uma espécie de imunidade aos alertas e dava tanta
importância às frases quando se dá para aquelas das cancelas de shopping. Pior,
meu amigo, cismou que a moça tinha uma voz sensual demais e quis por que quis
saber onde eu tinha arrumado aquela zinha.