segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Os abusadores

O colunista Xico Sá escreveu um artigo em El Pais com o título: “contra o ‘habeas corpus’ para a macharada”. Como muitos outros, ele repercutiu o bafafá causado pela carta assinada por cerca de cem atrizes francesas em resposta à histeria hollywoodiana, literalmente, das denúncias em série contra atores e produtores que supostamente teriam abusado das atrizes, alguns desses fatos ocorridos mais de vinte anos antes, quando ainda eram moçoilas loucas para vencer na vida na sétima arte.

Estes homens se aproveitaram dessas, à época, garotas, muitas dispostas a fazer o que fosse preciso para subir na vida e se submeteram ao famoso teste do sofá, de todos conhecido e escondido desde o tempo do cinema mudo. Algumas delas se tornaram divas do cinema e muito, muito ricas, com cachês hoje na casa dos vários milhões… de dólares!

O resultado desta sanha em que a cada semana um novo suposto abusador é dado in vivo à fome canina das mídias, nomes foram, definitivamente, jogados na lata de lixo e fora o notório Harvey Weinstein, pergunto-me, baseado em que provas tantas mulheres anunciam o abuso? E homens também, taí o Kevin Spacey que, qual um lobo mau, queria comer alguns porquinhos. De que tipo de abuso estão falando? Em algumas sinto um cheiro azedo de autopromoção.

Até o Woody Allen, cujas atrizes faziam fila para protagonizar um de seus filmes, agora fazem coro relembrando seu passado, sim, muito nebuloso, com brigas públicas e processos tormentosos e acusações de abuso por parte de sua ex, Mia Farrow, de quem herdou a filha que agora é sua esposa. Mas a fila para os filmes de Allen continuam, aparentemente sem abuso, para ser parte de uma grife criada pelo ator/diretor/roteirista. Algumas participarão, mas num mea culpa desajeitado dizem que doarão seus cachês para organismos feministas.

Deparo-me, após este vendaval, com a pergunta feita por um colunista de El Pais que indaga a respeito do cineasta: “o que fazer com a arte de homens monstruosos?” What????

Por que citei o Xico Sá? Porque ele é o típico colunista, jornalista que ecoa e reafirma estas e muitas outras insanidades que o politicamente correto cria. Em seu artigo, ele tenta, condescendente, explicar que as atrizes francesas não quiseram dizer o que disseram, daí o título citado. Quem leu o artigo francês entendeu claramente que era um contraponto ao desembesto que tomou conta de Hollywood e suas atrizes. As francesas defenderam a razoabilidade. Ponto. Melhor, são mulheres seguras e que longe de um feminismo castrador da masculinidade, aceitam os homens como são. E não, de jeito nenhum, deram carta branca aos tarados que merecem o mais duro combate por todos os meios.

Vocês percebem a loucura. Parece que certos tipos só entendem o mundo na base do ou oito ou oitenta. Quer dizer que defender o direito dos homens cortejarem as mulheres é concordar com abuso? Esse Xico Sá e outros de sua igualha pensam com quê? Com o unha?
Eu diria que talvez as europeias sintam com mais intensidade a feminilização ridícula dos homens naquele continente, resultado justamente do movimento que elas popularizaram queimando sutiãs nas praças. Os sutiãs queimados não criaram homens afrouxados e inseguros.

Em particular na Europa, a lástima é que os homens não preservaram sua masculinidade e deixaram as feministas tão à vontade que quando nos espantamos, em pleno 2016, nas passeatas alemãs motivadas, aí sim, por ataques sexuais a mulheres perpetrados desgraçadamente por aqueles que foram acolhidos no país na onda de imigração by África/Oriente Médio os homens alemães no máximo gritaram palavras de ordem, não sei se em falsete.

Mas o pior é muitos dos homens participantes nas passeatas usavam saias!! Era sua forma de solidariedade quando deveriam defender suas mulheres como homens. As saias não são uma piada. Temos a nossa própria versão tropical aqui no Brasil. Os namoradinhos-coisa das feministas de Copacabana desfilam com elas de sutiãs e com slogans pintados no corpo do tipo: meu corpo, minhas regras. Como assim?


Não sei aonde vai dar a postura do politicamente correto. Mas sei que o mundo está mais feio, triste, sem espontaneidade e tão cheio de regrinhas que daqui a pouco qualquer um que se oponha a este estado policialesco será caçado e estereotipado (isso já acontece nas redes virtuais) como um bicho indigno desta bela sociedade que querem criar e colocados em guetos, talvez sem muros. Mas numa sociedade tão vigiada, quem precisa deles? Ah, o Trump!

PS. Vocês não pensaram que eu colocaria a foto do Xico Sá aqui, né?