Um americano de 58 anos, morador de
Cleveland, ligou embrigado para a polícia. A ligação foi rastreada e o homem
foi condenado a uma pena "alternativa". Por uma semana, ele terá que
segurar uma placa na frente do departamento de polícia por três horas.
Fonte: Yahoo
(4/9/2013)
Os EUA são
pródigos em criatividade quando se trata de determinar penas alternativas. Numa
das mais curiosas, o meliante – chamo assim porque esta é uma palavra meio que
em extinção, habita apenas as páginas policiais de alguns jornais que ainda
usam o idioma antes do politicamente correto entrar em cena e olhe lá – é
obrigado a segurar um cartaz, de preferência em lugar público, reconhecendo sua
canalhice.
Aqui
no Brasilzão perdido, tal determinação colocaria o juiz na mira dos garantistas
penais e de uma fauna, esta muito diversificada, que dizem defender os direitos
humanos ou coisa semelhante. O biltre reconhecer publicamente uma estupidez soa
como se fosse uma humilhação, um acinte à sua distinta pessoa segundo uns
débeis mentais tupiniquins – que me perdoem os enfermos –, donde tal prática,
por aqui, não prosperaria.
Recentemente,
um tal Richard, 58, tornou-se notório em Cleveland, nos Estados Unidos, por ter
ligado bêbado para a polícia e ameaçar matá-los. A traquinagem não ficou barata:
o trombadinha idoso foi não só descoberto, como recebeu a pena de segurar um
cartaz durante sete dias, em frente à delegacia, com dizeres não muito
elogiosos contra si mesmo. Entre eles, o singelo palavrão “idiota” e um pedido
humilde de desculpas, com a afirmação de que nunca mais faria uma arte do tipo.
Já
se sabe que nosso avançado país jamais permitiria esta afronta a qualquer
malandro, sob pena de infringirmos as mais delicadas regras de convívio social
que aqui se praticam. Feriria altos valores que se deve, acima de tudo, dedicar
aos pilantras nativos. O Congresso Nacional que o diga.
Enfim,
imaginem prezados e inteligentes leitores e leitoras, se por um exercício
fantasioso fosse adotada tal prática por aqui. Além de penas duras, sem
embargos de declaração e outras patranhas que a lei brasileira permite. Pois quando
se dissesse “condenado”, todo mundo entenderia e não haveria que explicar que,
na terra de Veracruz, um condenado, especialmente se for mensaleiro ou político
ou ainda ambos, tem o significado de ser promovido, destacado, e sei lá mais o
quê. É o condenado quântico: está, mas não está. É, mas não é. O que não lhe
espera é a cana, isso de jeito nenhum.
Mas façam um
pequeno esforço. Divirtamo-nos neste domingão dos 401 aninhos de São Luís (que
você está irado porque caiu no domingo e a segunda lhe espera toda serelepe sem
a menor chance de espremer feriado). Que dizeres colocaríamos na placa do Zé
Dirceu, do José Genoíno – já viram porque o genuíno dele é com “o”, né? – do
Donadon, do João Paulo Cunha?
Minha
sugestão. Zé Dirceu. Na frente do Congresso Nacional. “Róbei. Deixei róbar.
Agenciei róbadores. Transformei o executivo na casa dos metralhas. Lula sabia
de tudo”. Donadon. Na avenida Atlântica, Rio. “Sou um pilantra. Meti a mão com
gosto de gás. Desviei, locupletei, me elegi deputado como pós-graduação.”
João Paulo
Cunha. No início da Paulista. “Minha mulher não foi pagar a tv a cabo com 50
mil. Era um trocado para despesinhas da semana que um corruptor me deu. Sou um
desordeiro, um black block imbecil da Câmara.” José Genoíno. No meio da
Paulista. “Fiz malandragem e fico zangado quando me apontam o dedo. Me pegaram
com o dedo na botija para agenciar deputados pilantras como eu, a votar no meu
governo do PT. Vão todos a merda porque eu me dei bem e consegui uma gorda
aposentadoria.”
Faça
seu cartaz com os personagens que quiser. Vingue-se, mesmo que seja só nesta
ilha da fantasia.