Um dente
humano foi encontrado no ano passado em meio a batatas fritas vendidas em um
menu do McDonald's no Japão.
Fonte:
France Press – G1 (07/01/2015)
France Press
ainda não estava ocupada com os ataques terroristas em solo francês. Excluindo
as loucuras do Estado Islâmico, que faziam mais do mesmo, ou seja, continuavam
decapitando ocidentais como parte de sua sanha endiabrada, havia certa modorra
no mundo. Então aquela notícia caiu como uma bomba no marasmo da agência de
notícias.
Houve alguma
incredulidade, mas neste mundo tudo é possível, inclusive um dente cariado ser
encontrado dentro de um sanduba do MacDonalds, que já foi acusado de tudo.
Documentários foram realizados com um único objetivo: mostrar que o fast food
da rede engorda, mata, acaba com saúde de qualquer um. Dentre estes, o mais
curioso, foi aquele em que o criativo documentarista colocou um combo típico na
mesa da sala de estar de seu apartamento. Sei lá quanto tempo depois, mas
contava-se em meses, o lanchinho continuava intacto.
Houve
especulação, a rede desconheceu e desacreditou a tal experiência. Teve até quem
dissesse que o apartamento se encontrava numa falha cósmica energética que
tinha a propriedade de conservar o, digamos, alimento. Algo parecido àquelas
pirâmides que alguns juram que são capazes de coisa do arco da velha.
O fato
inconteste, exposto publicamente na imprensa japonesa: o dente nefasto era
real. Um dente feio. Um dente banguela. Chegou-se a dizer que fora o dente
perdido da Amy Winehouse. Achado na batatinha. Mas não fora no sanduba, como
foi afirmado parágrafos atrás? Foi na batatinha. O gerente não sabia como
explicar aquilo. Dizer que houve uma falha nos procedimentos pareceria
incompetência explícita. Algo impensável na rede, ainda mais japonesa, cujo
povo tem fama de ser altamente cuidadoso e minucioso em tudo que fazem. Basta
ver uma cerimônia do chá. É muito rapapé.
Um sujeito que
cuidava das batatinhas afirmara que o dente achado não era dele. Como prova,
depois do escândalo, vivia abrindo a boca para tudo quanto é rede de tv. Seu
dentista afirmou que nunca arrancara um dente dele e que, até onde sabia, tinha
boa dentição. Mas de onde viera o dente assombração? Eis o mistério a consumir
o pobre gerente que se via agora na iminência de ser demitido.
Alguém sugeriu
vasculhar nos vídeos internos da loja a fim de descobrir o sabotador vil que,
de forma dissimulada, queria acabar com a fama da rede internacional e com a
honra japonesa, sim, porque aquele povo faz tudo tintim por tintim e com uma
paciência de Jó.
A ideia era
boa e foi logo colocada em prática. Enquanto isso, a imprensa nacional ria. Os
chargistas japoneses com seus animes estavam lavando a égua de tanto rir. Davam
sugestões do que fazer com o dente. A mais engraçada dizia que agora a rede
daria dentinhos descartáveis como brinde no Mac lanche feliz para desdentados
em geral.
Voltando à
missão no vídeo. Horas assistindo às gravações, acabou pegando algumas
indiscrições do gerente, funcionários, palavrões, bolinadas entre colaboradores,
havia de tudo, mas nada abalava aos investigadores. Se não achassem o sabotador,
a loja fecharia. Então, no lusco fusco de gente uma mão sorrateira se aproxima
da frigideira e joga algo, que agora eles sabiam, era o dente nojento.
Mais um quadro e a cara do
perpetrador aparece com um sorriso sádico. Mandaram para a polícia. Prenderam o
sujeito. Em suas explicações disse que fazia parte de uma obscura organização
que defendia valores tradicionais japoneses, incluindo comer com pauzinhos. O
MacDonalds era o mal encarnado. Merecia um ato terrorista qualquer. Por que o
dente?, quiseram saber. Ao morder um Mac-qualquer-coisa perdera o dente. Mas
fora lá para cometer um ato desatinado. O dente era sua arma.