Aqui falo sobre um monte coisas de meu universo de interesse. Filmes, livros, família, política, religião e psicologia. Também reproduzo textos publicados em jornais de São Luís (MA).
quinta-feira, 17 de abril de 2014
domingo, 13 de abril de 2014
A vida
Vídeo coreano (do sul) apresenta uma metáfora da vida, talvez pessimista, desesperançada e fatalista, mesmo assim, é difícil ficar indiferente. Quero dizer, sem pensar na sua própria jornada.
Picada científica não dói
Um
estudante de PhD britânico se deixou picar por abelhas 190 vezes, como parte de
um experimento para determinar em que parte do corpo a dor é mais forte.
Fonte: BBC Brasil
(09/04/2014)
Esta semana
estive entre a cruz e a caldeirinha. Dois temas para lá de inusitados. Na
Noruega, um pescador capturou um bacalhau – sim, eles vêm do mar com cabeça –
e, profissional experiente, notou que o bicho estava algo estranho (G1/France
Presse, 11/04/2014). Suprise! Ao abri-lo, saltou enfezado de dentro do bucho do
peixe um vibrador. Ainda com motor, mas sem as pilhas. Imagine explicar a
epopeia dantesca de um vibrador que passeou sabe lá por onde e, também por
razões inextricáveis, foi lançado ao mar. A cor e o silicone confundiu o bacalhau
– ou não? – que o engoliu pensando, disse o pescador, ser uma lula. Nadar
tremendo por bom tempo causou certo frisson entre a bacalhoada.
O outro tema,
igualmente incomum, relata a experiência de um jovem estudante britânico de
PhD. Ao entrar em certo lugar, conta, uma abelha alojou-se dentro de sua roupa
e sapecou-lhe o ferrão. Como o velho Arquimedes, nele foi despertado o seu
Heureka. Largou tudo para descobrir aquilo pelo qual a humanidade inteira
esperava ansiosamente. Saber em que lugares do corpo uma picada dói mais.
Ambas as histórias
eram incríveis e estimulantes. Depois de árdua luta com meus neurônios, percebi
que a contribuição do jovem era, disparada, muito mais extravagante. Usar vibrador, com
uma loja em cada esquina, especialmente nos liberais países nórdicos, é
bobagem. Certo que um bacalhau usar um aparato destes sai um pouco do usual,
mas era norueguês, se fosse português talvez eu me animasse a contar-lhe a
história.
Feita esta
longa explicação, adelante! Uma pesquisa científica precisa de um objeto a ser
pesquisado. Nosso Einstein abelhudo decidiu ser ele mesmo o rato-cobaia da
experiência. Mapeou várias partes do corpo para receber as picadas. O passo
seguinte, como é óbvio supor, seria aplicar-lhes os ferrões. Para medir a
sensação dolorosa, usou escalas conhecidas que vão de 1 a 10.
O mapa do
corpo humano foi tomado emprestado dos médicos legistas. Um “x” marcava o lugar
exato que receberia a punção. O próprio faria a aplicação. Ele até convidou
colegas estudantes com a vã promessa de dividir os louros da descoberta. Mas
todos os abordados declinaram de um provável Nobel, pois o amor à ciência tem
limite.
Seria mais
fácil ficar nu e cutucar uma colmeia e não correr. Mas, tratava-se de ciência
que pede precisão. Isso é muito aleatório. Tinha que ser nu, por suposto, mas
com o corpo marcado milimetricamente com pequenos alvos de dardos, do dedão à
cabeça. Pegava uma abelha por vez, e encostava na parte alvejada. Ele concluiu
de imediato que não precisava explicar à abelha o que tinha que fazer.
Indignada, ela enfiava o ferrão. Ele marcava o nível da dor e assim foi indo.
Imagine um ser
humano determinado. Imaginou? Nem chegou perto. O cabra deixou-se picar 190
vezes. Por sorte não teve um choque anafilático. Parece que, antes, fez um
treino com marimbondos. Uma picada, alguns palavrões – isso, esse mesmo que
você pensou –, mas consolava-se: é pela glória da descoberta. Dedão, canela,
batata da perna e foi subindo. Pensou que ele pularia o parque de diversões?
Ele é um inglês e um inglês não desiste nunca. Quem inventou o bordão foi esse
cara.
Parte da
frente. Parte de trás. Subiu e desceu. Uma picada, uma anotação na tabela de
dor. Terminado o sacrifício, era hora de, mediante intrincadas fórmulas
estatísticas, elaborar um ranking das partes mais doloridas. Primeiríssimo
lugar. Você pensou lá, não foi? Calma, segure
sua ansiedade.
Primeiro
lugar: dentro do nariz! Como é que ele colocou a abelha ali como uma meleca
assassina, não sei. Segundo lugar: o lábio superior. Terceiro lugar: o corpo do
pênis. Apostei na glande. Nem os imbecis do Jack Ass pensariam em coisa assim.
Agora você já sabe. Sei que sua vida mudará definitivamente. O intrépido
cientista parte agora para a próxima aventura. Quer comparar a exitosa experiência
com correição de formigas de fogo. Está definindo a estratégia para a abordagem
do novo projeto. Inscrições já abertas a entusiastas. E aí, interessa?
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