domingo, 12 de maio de 2013

Carne made in China


A polícia chinesa desbaratou uma quadrilha que vendeu mais de 1 milhão de dólares em carne de rato como se fosse de carneiro, disseram autoridades do Ministério da Segurança Pública em nota divulgada na noite de quinta-feira. Desde o começo de janeiro, 904 suspeitos já foram presos por produzirem ou venderem carnes falsificadas ou contaminadas.
Fonte: Veja (03/05/2013)
        Ainda outro dia se falou de um escândalo que envolveu vários países europeus, uns como fornecedores e maioria como consumidores. Manchou até a poderosa Nestlé: a máfia da carne de cavalo. Tinha carne equina em lasanha, pizza, nuggets e sei lá mais em quê. Os europeus, hein! O que uma crise não faz...
Por aqui – afora todo tipo de safadeza desbragada que a politicada não cansa de protagonizar – arrastamo-nos há mais de uma semana com uma quadrilha que falsificava leite no Rio Grande tchê. Misturavam de tudo. Uréia, formol, água de poço contaminado, o diabo. Isso me faz recordar do escândalo que minha avó fez com o entregador de leite que, tendo batizado nosso leitinho, esquecera de coar a rã que veio da lagoa onde ele pegou a água e se aboletou dentro do galão. Tudo muito natural. Mas ela sabia quando o leite estava ruim. Rendia pouca gordura com que fazia manteiga de garrafa, doce... bons tempos.
A pilantragem gaúcha começava no transporte desde o produtor – estes ainda não inventaram de falsificar a vaca, pelo menos não que se saiba – e se infiltrava nas insuspeitas caixinhas longa vida. Todo dia aparece uma marca nova de leite metida no rolo. Cada qual diz uma cândida desculpa para justificar uma “pequena” falha em seu controle de qualidade irretocável.
        Mas, sabem, estes falsificadores/enganadores são fichinhas perto dos chineses. Eles elevam a pirataria ao estado da arte. E nós que fazíamos graça com nossos vizinhos paraguaios. Eles são uma piada. Os chineses falsificam até... chineses. Mas fiquemos no item carne. A polícia descobriu que uma quadrilha falsificava carne. Ganharam quase dois milhões de dólares com a graça. Foram presas quase mil pessoas. Mais da metade, coitados, só capturavam os ratos. Eis um povo que sabe gerar emprego. Mandemos a Dilma para aprender.
        A bem da verdade, os patifes usavam carne de ratos dizendo que era de gado e carneiro. Usavam também pés de galinha. Aqui a coisa fica realmente sofisticada. Fazer pés de galinha passar por carne de ovino, convenhamos, é uma genialidade. Não sei se compravam os tais pés em clínicas estéticas! Ô pergunta besta!
        Os chineses comem ratos. Por que a admiração? Nenhuma. É só que querem comer rato sabendo que é rato e não disfarçado de outra coisa. Onde arrumar toneladas dos roedores? Você precisa ser instruído sobre este bicho. Uma rata pare quase uma dezena de ratinhos por vez. Leva apenas 21 dias na gestação. Emprenha tão logo pare. Os ratinhos estão maduros sexualmente aos três meses de idade. Quer dizer, eles se reproduzem como os chineses e não há a lei de filho de único.
Vejam que os chineses não estavam preocupados com toxoplasmose, tifo, peste bubônica que os ratos transmitem, pois comedores dos bichos, adquiriram algum tipo de resistência. É a enganação que dói. Também não se importam se o rato é uma catita, gabiru ou ratazana. Mas que não se invente de misturar alhos e bugalhos. O politburo ficou puto.
Confesso, depois destas histórias, ando meio desconfiado daquela carne moída que vejo nas gôngolas de supermercado. Será? Meu último cachorro quente pareceu guinchar ou relinchar e olha que até não rejeito um bom pedaço de charque... eca!