sábado, 24 de janeiro de 2009

Com “So help me God” ou sem?


I

Passou despercebido de muita gente, a querela que se desenvolveu pelo judiciário americano, nos bastidores dos preparativos para aposse de Barack Obama como novo presidente.

No juramento à constituição, ato que faz com a mão esquerda sobre a Bíblia, além das palavras obrigatórias do juramento, previstas constitucionalmente, o presidente pode dizer “So help me God” que pode ser traduzido como “com a ajuda de Deus”.

Talvez reflexo de uma onda de ateísmo militante que tem na Europa seus maiores representantes, inclusive com campanhas de marketing recentes. Ou motivado pela filosofia do politicamente correto, esta bem americana, que deu às chamadas minorias um poder descomunal de fazer ajoelhar-se a maioria a seus caprichos, um advogado, Michael Newdow, pediu à justiça que fosse suprimida a expressão que aludia a ajuda de Deus no juramento presidencial.

Em seu pedido alegava que a expressão não é constitucional, mas um acréscimo feito pelo primeiro presidente, George Washington. Ainda mais. “A Justiça não pode mudar a Constituição com base em religião nenhuma. Isso me ofende pessoalmente”.  “Os indivíduos podem fazer o que quiserem, mas o meu governo não pode dizer que nós, como povo, acreditamos em nada” Alegou ainda que a tradição, como é considerada a frase, é nociva à sociedade. E que constrange os cidadãos de outras crenças que não são oriundas do ramo judaico-cristão e os ateus. Ele não pediu para retirar a Bíblia.

O pedido foi negado.

II

Ninguém pode dizer que valorizar aos que não tem voz e vez não é algo positivo. A sociedade ocidental é, em tese, inclusiva. Defende a igualdade perante os entes governamentais que funcionam como juízes, no sentido de promover se não a igualdade, a isonomia entre as pessoas, independente de raça, credo, posição sócio-econômica.

Todos sabemos que não é assim, especialmente no Brasil. Mas o pressuposto de que deve ser assim possibilita que qualquer um reclame seu direito quando conspurcado. O diabo é quando estes ditos minoritários se juntam aos magotes para impor sua posição.

Por vergonha, medo, seja lá que for, de quem recebe sua demandas, tendem a se fazerem ouvir. Pior, recebem acolhida que impõem a todos os demais comportamentos, obrigações, falas, e sei lá mais o quê que a estes prejudica e até humilha, numa clara e injusta inversão de valores. Há algo de muito errado nisso.

III

De repente, certo é amoldar-se a centos de pequenos padrões. Não diga isso. Não faça aquilo. A patrulha corre solta e um se queda cheio de dedos ante um sem número de “menores” que, ciosos de seus direitos, despejam sua sensibilidade a um mero olhar. Mais que isso, demanda judicial que a justiça encurralada, trata de atender sem delonga.

Passou-se do limite de proteção, do favorecimento para estabelecer tratamento isonômico, demos luz a monstrinhos enfadados que parecem não se cansar de querer transformar o mundo à sua imagem e semelhança. Arre égua! Será que não dá pra mandar tudo se lascar, não?

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