segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Guerra israelo-palestina: os cristãos têm lado?


Os primeiros jornais desta manhã que vejo, deparo-me com o relato que Israel dividiu a faixa de Gaza em três partes com sua infantaria, isto depois de uma semana de intensos bombardeios. O objetivo é asfixiar ainda mais os militantes do Hamas e impedir que continuem lançando seus foguetes artesanais contra a população civil das cidades próximas à faixa de Gaza.

As razões para a brutal reação israelense são muitas e como uma unha encravada resulta de muitos descaminhos, pedras nos sapatos, aparas erradas. Os dois lados têm razão em suas desrazões.

        De que lado os cristãos devem ficar? Muitos dizem que não importa o que Israel faça, é o povo especial de Deus. Errados, ainda estão certos. Se há um lado, dizem, é com os judeus que os cristãos devem ficar.

        Vivi em Israel por cerca de um ano. Fiz amigos queridos entre os judeus, pessoas que apenas queriam viver suas vidas e cuidar de suas famílias. Conheci poucos, muito poucos, que alimentavam ódio pelos palestinos. Os palestinos que conheci da Cisjordânia sempre foram amáveis e até entusiasmados com um Brasil do futebol, da selva Amazônica que conheciam por documentários que assistiram na tv. Um ou outro manifestou ódio aos judeus, também queriam tocar suas vidas, cuidar dos seus.

        Por que um cristão deveria tomar partido? Onde se assenta a verdade de que os cristãos devem ser juízes nesta briga insana e condenar uns e absolver outros, mesmo em face de uma mão pesadíssima sobre seu inimigo? Os cristãos não farão a história, Deus a fará. Nesse meio tempo, parece-me que a única coisa certa a fazer, por parte de um cristão, é sofrer com os que sofrem, judeus e palestinos, amar os não amáveis (Hamas) e perdoar os que matam por um sem número de motivos “justos” aos seus olhos.

        O Evangelho, que não é igual à religião cristã, embora esta tenha muito do Evangelho, mas também política, poder, interesses, códigos humanos, teologia humana, prega o amor, a misericórdia, a compaixão. Estes atos, vividos, julgam o mundo, enconstam-no contra a parede, denunciam-no com toda a sorte de males que ele carrega em sua barriga empazinada.

 

“Mas façam como dizem as Escrituras: ‘Se o seu inimigo estiver com fome, dê comida a ele; se estiver com sede, dê água. Porque assim você o fará queimar de remorso e vergonha.’” Romanos 12:20 – NTLH  

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