Ver um strip está ao alcance de qualquer um onde quer que esteja. Strippers, apenas munidas de um computador, câmera e um acesso banda larga, vendem shows via internete. Algumas chegam a ganhar R$2.500,00 por mês. É só mais um capítulo da transformação das relações neste mundo virtualizado.
A AIDS, dizem, em seu auge, modificou as relações. Sexuais, por suposto. Incentivou o vouyerismo, o fetiche, que explica a substituição do desejo pelo órgão sexual por um objeto. O que se diz, bem longe da moral cristã que resiste como uma curiosidade estranha a este mundo de todas as permissões, é que este tipo de prática, desde que controlada, é normal, até saudável.
Isso lembra algum tipo de dissociação do sujeito em farelos não necessariamente interconectáveis, daí porque alguns conseguem viver vidas paralelas, cada qual com seu personagem que os novos tempos insistem em expor à luz do dia, como novas formas de explorar as multifacetadas possibilidades da existência, mas que no fundo é só um desarranjo do ser.
A internete permitiu a realização destes desejos de forma real, porém, não sólida. Quero dizer, as emoções e sensações por elas produzidas substituem com alguma vantagem a relação física e são vívidas tanto quanto a vida no tempo. Não poucos se perdem neste mundo, presos à fantasia de onipotência. Tornam-se adictos do lugar onde tudo é possível, inclusive eles deixarem de ser eles mesmos.
Um toque num botão e a vida segue, encontra, realiza, morre, mas revive em seguida. Fecha, abre, ama, descarta. Um clique e uma relação termina sem qualquer responsabilidade posterior. Ligar no dia seguinte, por exemplo. Livra a pessoa do trânsito caótico, dos maus humores, das tpms, dos maus dias da pessoa com quem se relacionou. Não há maus cheiros e se houvessem, basta configurar um cheiro de lavanda e pronto.
A questão também nos coloca diante daquilo em que se transforma o ser, enquanto indivíduo. Isso porque, possivelmente, a imagem vista numa tela de MSN ou similar, pode ser – e acontece muito – uma contrafação bem forjada ou um alter ego de alguém que, no mundo dito real, deve ser escondido por vergonha, pela feiúra, pelo status social sofrível. Ou por outra, basta um avatar no Second Life que pelo nome já se vê, é auto-explicativo.
Desta esbórnia surge um sujeito sem identidade, ou ele é sempre precário, num momento, sempre mimetizado em fantasias, agarrado a alguma coisa do mercado ou da moda que é quem, de fato, diz quem ele é.
A AIDS, dizem, em seu auge, modificou as relações. Sexuais, por suposto. Incentivou o vouyerismo, o fetiche, que explica a substituição do desejo pelo órgão sexual por um objeto. O que se diz, bem longe da moral cristã que resiste como uma curiosidade estranha a este mundo de todas as permissões, é que este tipo de prática, desde que controlada, é normal, até saudável.
Isso lembra algum tipo de dissociação do sujeito em farelos não necessariamente interconectáveis, daí porque alguns conseguem viver vidas paralelas, cada qual com seu personagem que os novos tempos insistem em expor à luz do dia, como novas formas de explorar as multifacetadas possibilidades da existência, mas que no fundo é só um desarranjo do ser.
A internete permitiu a realização destes desejos de forma real, porém, não sólida. Quero dizer, as emoções e sensações por elas produzidas substituem com alguma vantagem a relação física e são vívidas tanto quanto a vida no tempo. Não poucos se perdem neste mundo, presos à fantasia de onipotência. Tornam-se adictos do lugar onde tudo é possível, inclusive eles deixarem de ser eles mesmos.
Um toque num botão e a vida segue, encontra, realiza, morre, mas revive em seguida. Fecha, abre, ama, descarta. Um clique e uma relação termina sem qualquer responsabilidade posterior. Ligar no dia seguinte, por exemplo. Livra a pessoa do trânsito caótico, dos maus humores, das tpms, dos maus dias da pessoa com quem se relacionou. Não há maus cheiros e se houvessem, basta configurar um cheiro de lavanda e pronto.
A questão também nos coloca diante daquilo em que se transforma o ser, enquanto indivíduo. Isso porque, possivelmente, a imagem vista numa tela de MSN ou similar, pode ser – e acontece muito – uma contrafação bem forjada ou um alter ego de alguém que, no mundo dito real, deve ser escondido por vergonha, pela feiúra, pelo status social sofrível. Ou por outra, basta um avatar no Second Life que pelo nome já se vê, é auto-explicativo.
Desta esbórnia surge um sujeito sem identidade, ou ele é sempre precário, num momento, sempre mimetizado em fantasias, agarrado a alguma coisa do mercado ou da moda que é quem, de fato, diz quem ele é.
O sujeito de hoje é um narciso que varia ao sabor das ondulações do espelho, mas a filosofia corrente estimula esta indentidade personalizada que, para ser, entre tantos iguais, necessita alcançar novos níveis de estranheza no corpo, porque a mente continua a mesma, com sede de ser. Este novo homem e mulher é sempre experimental, customiza-se sob demanda, que nunca é sua, é de um outro, fantasmagórico pai ou mãe a quem eles nunca conseguem satisfazer.
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