terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Tempo relativo


Os cientistas deram ao agora moribundo 2008, mais um segundo de vida. Serão, portanto, 366 dias e 1 segundo. O que se faz com ou em um segundo? É menos que uma piscadela que leva 1,2 segundos.
Diante da morte iminente, de que valeria 1 seg a mais? No esporte ele tem utilidade e na física de precisão. Na fórmula 1. Massa perdeu o campeonato pela ninharia de 38 segundos. Quer dizer, ele foi campeão mundial por este tempo. E nas corridas, sejam quais forem, as classificações são por diferença de milissegundos, mas a vida não escorre nos interstícios do tempo.
Os físicos acrescentaram este mísero segundo para coordenar os dois sistemas de medida cronológica que existem hoje; um leva em conta a rotação da Terra; o outro toma como base relógios atômicos. Já imaginou se pudéssemos por ou tirar o tempo das experiências que vivêssemos?
A vida, para nós, que a vemos noutra velocidade, um segundo é pouquíssimo. Somos lentos e precisamos de um tempo macro. Pesado em quilos, talvez toneladas. Só sabemos e percebemos a velocidade do tempo quando envelhecemos, mas fisicamente estaremos ainda mais lentos. Será que a tração gravitacional da morte causa estas torções de percepção?
A vida, diz-se, pode mudar em um segundo. Nada! Leva um tempão para mudar porque é preciso construir. Destruir a vida, sim, leva um segundo.
O tempo, disse Einstein (se não disse, deveria) é também relativo. Depende do que se está vivendo, da posição do vivente . Experiências ruins, estar ao lado de pessoas malas, viagem de ida, a fila em que se está, dão a sensação de um tempo sólido. Não desce redondo de jeito nenhum.
Experiências boas, aquela conversa com aquela pessoa, a fila do lado, viagem de volta. Voam. Um segundo? São mais rápidas.E se um gênio lhe desse um segundo a mais de vida? Você tem um segundo a mais de vida. Quê? Acabou.

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