domingo, 21 de dezembro de 2008

A estupidez humana


Na semana passada vi algo que ainda me surpreende na atitude das pessoas. A avenida estava relativamente livre. De repente, buzinadas insistentes do carro à frente me chamaram a atenção. Uma mulher conduzia um Siena prata e tentava chamar a atenção de um outro condutor, que dirigia um Civic também prata.
Pensei, deve ser uma porta aberta, algo caiu... mas logo entendi. As buzinadas eram um tipo de xingamento. A mulher parecia apoplética. Agarrada ao volante, gritava, falava impropérios que, naturalmente, o condutor do Civic não ouvia, pois estava com os vidros todos fechados.
Por mais de dois quilômetros segui aqueles dois. O Civic impedia a passagem da mulher, que aumentava a intensidade da buzina. Num momento, o condutor do Civic quase pára e efetivamente reduziu a velocidade para impedir a passagem do outro carro.
“Sou humano e nada do que é humano me é estranho”, disse Terêncio, Publius Terentius Afer (185 a.C. - 159 a.C.), dramaturgo e poeta romano. Confesso, porém, que me desconcerta este tipo de atitude, sim. Ao mesmo tempo, sei que este tipo de armadilha está sempre à minha espreita. A arapuca da ignorância, da irracionalidade, do medo, da violência. Um labirinto no qual, dentro dele, não conseguimos sair sozinhos.

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