sábado, 27 de dezembro de 2008

Falar em Ano Novo

Um novo ano se aproxima e, psicologicamente, se não somos tão pessimistas – no caso nem é preciso, os operadores da economia já estão o suficiente – aguardamos boas coisas, pelo menos estamos na torcida.

Os desejos correm soltos. Estes sim, são a mola do mundo, não o dinheiro que só faz sentido se houver algo para ser comprado e este algo passa, antes, por ser útil, que produza prazer, satisfação, dê status, sugira importância para quem o compre e isto tudo mexe é com o desejo.

Planos também, aos montes, são sinceramente definidos, mas à primeira badalada dos sinos das horas do ano novo, serão esquecidos. Na verdade, passarão, primeiro, pelo processo da postergação. No caso do brasileiro, para depois do carnaval. Assim, rapidamente, o ano findará para que planos sejam, outra vez refeitos com a mesma sinceridade dos condenados.

Entre um plano e outro, entre o acalanto de um desejo e um dos muitos rega bofe para fechar a conta do ano, vamos maldizer a má sorte que nos acompanhou, culpar este ou aquele, o governo, a mãe e seja lá quem for, porque tudo, lá no comecinho de janeiro, parecia tão alvissareiro e finalizou assim, murcho, quase do jeito de começou.

Bastarão poucos anos e este que nos parecia ruim, já estará meio desbotado na mente e parecerá menos pior, e pouco mais adiante alguma coisa entre cor de rosa e azul e grudado a eles um certo ar de saudade daqueles bons tempos, até porque o espelho e as juntas, a aposentadoria curta, deverão nos fazer lembrar que o que foi mal dito era uma quase felicidade e não sabíamos.

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