A partir desta sexta-feira, as prestadoras
deverão garantir mensalmente 70% da velocidade média mensal contratada pelos
usuários e 30% da velocidade mínima obrigatória.
Fonte: Veja (01/11/2013)
Neste
país, uma empresa pode vender, por exemplo, acesso à internete por variados
modos: 3g, 4g, cabo, rádio, telefonia, até rede elétrica. Igual noutros países.
Igual? Até outro dia, o contrato que o usuário do serviço assinava dizia sem
vergonhamente que a concessionária poderia entregar apenas 10% do contratado. E
faziam a ressalva. De acordo com a disponibilidade da rede. Ah, bom. Comprar um
quilo de arroz na quitanda e levar apenas 100 g parece ilegal, a balança está
adulterada e o comerciante malandro seria denunciado por você à polícia,
imagino. Mas aceitávamos comprar acesso à internete e levar um décimo do que se
contratava e... era legal!!!!
Mas
eis que a Anatel resolveu dar um basta neste roubo descarado. Doravante, as
concessionárias estão obrigadas a dar 70% de velocidade média ao longo do mês e
pelo menos 30% nos dias mais aperreados. Se der apenas os 30% na maior parte do
tempo terá que aumentar a velocidade de acesso para compensar. Como? Vou
desenhar para você. Se você compra 10mbps (megabits por segundo) eles devem dar
7mbps de média ao longo do mês e no mínimo 3mbps. Traduzindo. Você e eu
continuamos a ser roubados.
O
Brasil deve ser o único país do mundo em que a condenação de meliantes, como os
do mensalão, não significa cadeia. É porque o fato de ser condenado admite o
questionamento da condenação(???). E as provas? Que se danem as provas. Se for
no Supremo, os condenados recorrerão aos próprios juízes que os condenaram e
estes, não raro, mudam o voto, seja por uma filigrana da lei – o juiz é escravo
da lei, dizem, mas também do que chamam poder discricionário que, em miúdos,
significa que pode interpretar a lei segundo suas convicções. Quanto mais alto
o posto no judiciário, mais o sujeito tem múltiplas interpretações. Uma
loucura. Para terminar este tema. Quanto maior a condenação, mais os caras têm
dúvidas. Quanto mais relações de poder tiverem os réus, nem se fala então. Desculpem
“os caras”, sei que se melindram.
No
Brasil, o “mais médicos” é boicotado... pelos próprios médicos. Até hoje não
entendi (por mais que torça o nariz para o serviço dos cubanos) por não
compreender o porquê destes escravos de estado continuarem limitados aos
miseráveis soldos da Ilha, sem contar que não vieram porque queriam, embora a
maioria se mandaria se pudesse. E o Padilha até ensaiou uma explicação troncha.
No Brasil varonil os professores passam mais tempo em greve do que em sala aula
e os que vão a ela podem receber facadas, porrada e xingamentos.
No
Brasil, os bandidos mandam nas cadeias. Usam telefone e postam fotos em redes
sociais, fazem churrasco, se divertem no lugar como se fosse um clube. Via
celular comandam os “negócios” de dentro do presídio e se for “dimenor”, mesmo
que mate, roube e faça o diabo, trata-se apenas de infrator, mas suas vítimas
não mudam de status, continuam sendo cadáveres, roubados, agredidos.
Por
aqui, os políticos não entendem que são servidores públicos e nos tratam como
se devêssemos nós, seus patrões, alguma coisa. Ser político no Brasil é
profissão regiamente paga com 14 salários anuais (em alguns lugares eram 18,
uma subversão da dimensão do tempo que nem Einstein imaginaria fazer). Fora
isso, eles tem direito a dezenas de regalos aos quais costumam chamar de
“auxílio”. Acho o “auxílio paletó” o mais curioso, engraçado mesmo, pela
tamanha desfaçatez. E ainda se amofinam se não lhes agradecemos pelos serviços
prestados.
No
Brasil, tem lei para demora na fila do banco. Eles se superam ano a ano em
faturamento, sempre na casa dos bilhões, e continuam com poucos atendentes e
tome fila. Aqui a gente paga o carro mais caro do mundo e as montadoras choram
miséria todo dia, e dizem que o governo cobra muito imposto. Mas aqui eles têm
as maiores margem de ganho por carro do mundo. Mas o governo também cobra muito
imposto.
No
Brasil, o governo faz propaganda de venda de gadgets baratos e divulga como se
fosse uma revolução social. Só como exemplo. Desde que a Dilma disse que se
compraria um iphone por quase trocados, com fábrica aqui, o preço nunca baixou
e agora foi motivo de espanto que um aparato para jogos custe R$ 4 mil reais. Longe
de ser um escândalo, tornou-se propaganda a favor do jogo. Também pagamos o minuto
de celular mais caro do mundo e estamos quase na cabeça quando compramos um big
mac. E ainda dizem que somos pobres.
É esquisito. Ser político é
ser sinônimo de desonesto. Em quase todo lugar é, apenas entre nós é um fato e
a gente ainda se dá por satisfeito quando rouba, mas faz. A gente tem tanto
medo da polícia quanto de bandidos. O brasileiro, relativamente e nem tanto,
paga os mais altos impostos do mundo e tem os piores serviços públicos do
planeta. E você diz: mas isso todo mundo sabe. Verdade. E no que isso mudou seu
comportamento quando vota?
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