Uma noiva chinesa se confundiu e fez sexo com um dos padrinhos na manhã
seguinte após seu casamento na comarca de Napo, em Guangxi. A mulher disse que
só percebeu que o homem na cama não era seu marido após o fim do ato sexual.
Fonte: G1,
São Paulo (23/10/2013)
Imagine
o cenário. Um lago de águas plácidas, emoldurado por montanhas, arrodeado por
árvores que no outono ficam multicoloridas e balançam levemente pelo toque
suave de uma brisa refrescante. Agora imagine um pequeno barco e um jovem casal
que por ali navega, ri e namora. Imagine que o rapaz tenha um plano. A certa
altura pedirá a moça em casamento. Pensou? Qual é a probabilidade de uma vaca –
isso mesmo, a senhora do touro – literalmente cair do céu e matar a namorada?
Não
sei calcular essa possibilidade, nem conheço quem possa fazê-lo. Talvez seja
possível apenas na mente delirante do roteirista de “Um conto chinês”, filme
argentino que vale a pena assistir. Então, qual seria a chance de uma noiva, na
noite de núpcias, começar no quarto com o noivo e lá pelas tantas levantar-se
para - que seja - ir ao banheiro e na volta errar o quarto, agarrar-se com um
padrinho que casualmente estava num quarto contíguo, fazer tudo a que teria
direito o noivo e somente pela manhã descobrir o engano?
Não
senhoras e senhores leitores, isto não saiu de uma mente doentia ou de um
lunático com fantasias esquisitas sobre a mulher alheia, ainda mais noiva recém-casada.
Aconteceu. Quantas vezes já contei histórias do planeta China? Perdi as contas.
Com um bilhão e um Brasil de habitantes,
um povo com cinco mil anos de cultura e história nada pode surpreender do que
seja capaz. Quero convidá-los a explorar os escaninhos de uma investigação
profunda sobre este caso. Para tanto, alguns personagens renomados foram
convidados a esclarecer para nós tal assombro. Ouviu-se do Falcão a Felipão. Vocês
leitores, fiquem à vontade para explorar outros ângulos da história, pois os da
noiva um padrinho come-quieto já o fez. Essa piada não foi boa. Eu sei, eu sei,
é infame. Esqueçam.
O
marido, ouvidas as explicações da mulher enganada pela manhã, sol alto – vocês
estão entendendo, não há trocadilho – revolta-se e processa o padrinho traidor.
A noiva alega que não bebeu nada, apenas um coquetel de frutas sem álcool.
Culpou a arquitetura do hotel, que colocou um banheiro em tal disposição que
enganaria a qualquer um ou uma para se achar na penumbra. Quantos casos
semelhantes não ocorreram? Isso exige processo contra o hotel. Reparação por
perdas e danos, falta saber de quem. Imagino que os leitores atentos concordam
com tal raciocínio. Lógica irrepreensível.
Por
suposto, caro leitor perspicaz. Errar o caminho de volta é possível. Mas como
explicar o aboletar-se na cama de outro, fazer vocês sabem o quê e não se dar
conta de que aquele lá não era o marido? Muito bem. Faltou intimidade no
namoro. Eram pudicos. Não havia referência de cheiros, formatos de corpo e tudo
o mais. É fácil um se enganar. Sim, aquilo foi um baita espanto. Amor... nunca
imaginei que você... (paralisa). Aquele não era seu marido. Procura na mente. É
o padrinho! Claro, revoltou-se contra tamanha infâmia. Xingou, esbravejou.
É
claro que o padrinho é culpado. Aproveitou-se da vulnerabilidade da moça. Ela
disse que ao deitar, o safardana acariciou-a. Como duvidar que fosse o
padrinho? Era muita desenvoltura, só podia ser o marido. Se eram gêmeos o padrinho e o marido? Não consta.
Sei que todos eles se parecem, mas são muito hábeis em se reconhecerem entre
si.
O
noivo, ainda atordoado com o inusitado da história, fez o que um homem faria:
denunciou o tal padrinho à justiça. Era um claro furto de um direito sagrado. A
honra de um homem havia sido achincalhada. Como é que se reparam estas coisas?
Himenoplastia ainda está na moda – A Ângela Bismarchi que o diga –, mas era
caro para o casal. Reparação em dinheiro cairia bem.
A justiça debateu-se tanto
quanto o Supremo brasileiro no mensalão e concluiu o que o sábio leitor
concluiria. O padrinho não tinha culpa. Achado não é roubado (nem furtado). Ele
também, coitado, não sabia quem era a mulher. Pensou que fosse um sonho, realista, sem dúvida, mas um sonho. Tudo foi consensual. E havia aquela escuridão, faltou luz ou coisa assim, justo naquela noite. Nada se falou. Logo não havia como descobrir. Não havia culpados. Tudo não passou de um grande engano. Que tal se a gente fingir que casou só hoje e que esta noite será nossa primeira juntos? É..., disse o noivo. Mas não vai ter padrinho por perto não, né?
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