segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Síndrome de coitadinhos


Ser coitadinho é legal. Verdade. Conheço várias pessoas que detestam isso, rol no qual me incluo. E há aqueles que negam de forma peremptória não gostar da posição de coitados, mas agem o tempo inteiro como se fossem. E ai de quem lhes disser isso na cara.

São os reis da tática de superdimensionar suas pequenas desgraças. Uma topada é quase um pé quebrado. Exageram, chantageiam, dão deixas de suas desditas, até verbalizam sua falta de sorte ou sua condição menor. Nunca de forma direta. A culpa de sua situação é sempre do outro, alhures: um ET, a queda da bolsa na Bósnia-Herzegovina, um terremoto na ilhas Aleutas. É o mundo contra ele/ela. Sente-se perseguido, nunca é ele/ela o incompetente ou que não se esforça.

Por que há tantos coitadinhos? Ora, porque há um monte de gente de coração mole ou que agem em sua ajuda por culpas sabe-se lá de quê. Socorrem o coitadinho e o defendem. Fazem coisas para e por eles. Sim, os coitadinhos têm lucro com sua condição, e altos. Se forem ladinos o suficiente, manterão sempre uma casaca de que não precisam de ajuda. É uma forma astuta de esconder sua vergonha. Eles são uma armadilha para quem ajuda, grudam pior que carrapato.

Ser coitadinho publicamente e de forma consciente é mais difícil de encontrar. Um bom número age sem se dar conta, mas a maioria sabe o que fazem e porque fazem. Neste meio tem de tudo. Preguiçosos, vagabundos, pilantras, aproveitadores e doentes.

A síndrome do coitadinho ataca em tudo que é canto. Pode ser individual, mas é fácil encontrar em planos maiores: sociais, internacionais. Ser coitadinho e ter gente que acolha esta demanda por colo é um traço da condição humana. Montes de países estão corroídos por toda sorte de miséria, depende de seus cidadãos a mudança. Mas continuam ali, a esperar que os outros façam por eles ou acusam as potências por seu estado.

Etnias, grupos religiosos e partidos faturam alto agindo como coitadinhos. Às vezes, precisam provocar uma situação, dar uma mãozinha ao destino para que lhes aconteça algo e assim serem notados, ajudados, poderem aparecer. Ato contínuo, a imprensa inteira os trata como pobrezinhos, vítimas do despautério do destino ou de um suposto algoz.

Tem coisa melhor que uma catástrofe natural ou uma carnificina de uma guerra para os coitadinhos? Perguntem ao Hamas e grupelhos semelhantes, eles entendem bem do assunto. Se for difícil, pergunte ao coitadinho ou coitadinha do seu lado.

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