domingo, 27 de setembro de 2015

Sobre xixi e mentiras



Um estudo realizado nos Estados Unidos sugere que a retenção da urina pode ajudar a mentir de forma mais convincente.
Fonte: BBC Brasil (25/09/2015)
Ganha uma passagem de férias em Caracas, na Venezuela, incluso hospedagem e a venturosa experiência nas filas dos mercados estatais do país caribenho para comprar um rolo de papel higiênico quem souber a definição da teoria do “contágio do efeito inibitório”. Dou-lhe uma... Sei, vocês está aí se remoendo com o cérebro a todo vapor, horrorizados com o vazio absoluto de resposta. Acrescente-se a frustração de saber que não ganharão o prêmio. Pena...
Mas não os deixarei com cara de parvos à procura do que não sabem. Eis o que significa a expressão: os benefícios do autocontrole em uma área se estendem a outras áreas. Não ajudou muito, não é? Em outras palavras, controlar a bexiga quando se está com vontade de urinar ajudaria a controlar algo tão complexo quanto o sofisticado ato de mentir. 
Então é isso? você indaga. Mas algo tão simples? Como não pensou nisso antes? Apenas, você embatuca, o que a bexiga tem que ver com mentir? Essa pergunta vale alguns tostões. Uma pesquisadora americana descobriu que ao reprimir o ato de urinar, isso depois de fazer com que o voluntário bebesse quase um litro de água em contraste com outros do grupo controle que tão só bebericaram algumas gotas de água, dessem respostas sobre temas polêmicos e em pelo menos dois deles mentissem descaradamente.
Pois bem, os que estavam de bexiga cheia foram totalmente convincentes em suas mentiras. Os outros foram descobertos, tão fácil quanto ser assaltado em qualquer rua de São Luís e de dia. Conclusão: o ato de segurar, talvez com aquela pose típica de pernas juntas, quiçá a mão nas partes como a segurar o órgão imaginariamente, dá ao indivíduo um superpoder de mentir com toda convicção. Diz-se que resiste até às torturas do Estado Islâmico.
Então me dou conta, como se fosse o próprio Arquimedes redivivo correndo nu pelas ruas de Atenas gritando heureca! Os idiotas da objetividade jamais pensariam em tal inusitada explicação para o sucesso da Dilma na campanha eleitoral que lhe deu um segundo mandato. E a gente enganado achando que foi o marketing. Digo, dos políticos em geral. E agora constato que eles todos tem idêntica linguagem corporal, afora a mania de falar olhando nos olhos da patuleia quando querem dizer algo que jamais farão, mas que é tão somente o que já fazem ou estão em vias de fazer apostando no esquecimento ou na atitude blasé que temos em relação a eles como casos irrecuperáveis.
A presidente que ora flana nos Esteites, porém, é caso extraordinário. Não só foi capaz de mentir, como ainda impingiu ao seu adversário a pecha do mal que ela mesma faria. Recordo nos debates que sua postura era algo encurvada e um andar ligeiramente junteiro como se estivesse ainda com os coturnos do tempo de guerrilheira, mas, admito pasmo, até nisso ela foi incrivelmente bem sucedida, pois qualquer um diria com uma obviedade ululante que era apenas o velho costume debaixo da bata rendada.
A pesquisadora americana disse na surdina, que o caso excepcional da presidente brasileira inspirou a pesquisa, pois como teve acesso às indiscrições telefônicas, bisbilhotadas e disponibilizadas por agência secreta gringa – que bom que o Snowden nos retirou da ignorância! –, em que um personal lhe dava dicas de como melhorar o desempenho a cada aparição pública. Resultado: (mesmo por pouco) a mulher ganhou. 
Aos interessados, brevemente se disponibilizará curso via internete para o domínio da técnica. Assim é melhor. Se todos forem mentirosos, pelo menos não haverá mais enganados. Será?

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