Uma
aluna foi obrigada a voltar para casa após sua escola em Kentucky, nos Estados
Unidos, julgar que sua roupa era inadequada. Stephanie Hughes, de 16 anos,
usava calça jeans e uma camiseta que mostrava sua clavícula.
Fonte: Redação Yahoo
(21/08/2015)
A
questão, minha senhora, é que esta escola zela pelos bons costumes. Aqui não se
pode vir com a roupa que quiser. Desculpe, mas a garota não me deixou opção.
Não abusei da autoridade como diretor. Era mandar a menina para casa ou segurar
uma rebelião de garotos em plena adolescência com a libido pegando fogo. Não
posso permitir distrações dessa natureza. Nem de outras. Dedo em riste. Nem de
outras. Não queira estar no meu lugar. Não me agrada fazer isso, mas nestas
horas não há outra alternativa.
Temos
que velar pelo bom andamento das atividades pedagógicas. Já imaginou, se
qualquer uma vier com a roupa que der na telha, vai acabar que nem aquela brasileira
Geysi sei lá o quê, que abalou uma faculdade inteira com uma sainha piquititica
assim. Teatraliza com o polegar e o indicador para dar substância ao tamanho da
saia. Abalar é modo de falar, aquilo foi uma revolução. Com olhos lúbricos. Ela
tinha, assim, umas nádegas um tanto avantajadas, o busto saltitante e ainda por
cima flutuava sobre saltos que desafiava o equilibrista mais experiente. Dava
quase para fazer uma aula de anatomia com a moça. Não senhora, não concordo com
o que fizeram, afinal, espera-se que homens adultos se comportem diante de uma,
bem... enfim... uma pessoa com certos atributos. Mas deixemos este tema de
lado.
Não
desvio o assunto, minha senhora. Apenas uso um caso estrangeiro como modelo
para que a senhora entenda o perigo que sua filha trouxe a esta escola. Que
estava de calça jeans, blusa e casaquinho reconheço, mas isso não é desculpa,
pois debaixo da aparência inocente havia aquela exposição indecente da
clavícula. A senhora sabe o que pode fazer uma clavícula erotizada? Como não
erotizada? Estava lá à mostra. A senhora não olha a roupa que a sua filha vai à
escola? Pois devia.
O
mal está em quem olha? Justamente. A clavícula saltava aos olhos e isso, como
se sabe, provoca o despertar de sentimentos primitivos como disse certa vez um
sábio. A clavícula é a antessala do colo e o colo... pigarreia. Coça a cabeça.
O colo... deixa pra lá. A senhora, por favor, contenha-se. Faço uma ligeira
digressão sobre tema de extrema relevância para o bom andamento da escola, só
isso.
A
senhora não percebeu o zunzunzum entre os meninos heterossexuais do sexo
masculino quando ela chegou. Se digo assim é para não deixar dúvida sobre o
grupo de pessoas afetadas. Sim, senhora, tudo por causa de uma clavícula
desnuda. Mas começa assim. Se permito uma clavícula, na mesma semana estou
trombando com shortinhos microscópicos desfilando nos corredores. Aí vai ser o
fim. Só vai faltar colocar um pole dance na quadra de esportes. Não, vamos com
calma.
A
senhora acha pouco? Uma clavícula é pouco? Depende da clavícula. Tem umas
sequinhas e insossas que ninguém faz questão, mas tem outras... fecha os olhos
e lambe os lábios. Mas isso não é o caso. Não vou ficar aqui me justificando e
explicando para a senhora as normas com vestimentas dessa escola, pois isso
está no manual. Também não quero me delongar nas anatomias claviculianas das
alunas. Não pega bem. Cada um que cuide da sua.
Estamos sempre à disposição
dos pais e alunos. Se discordam da atual política de adorno e vestimentas, pois
que se manifestem, podemos rever, mas alerto: tenho que garantir um ambiente
seguro para o aprendizado dos alunos. Acho difícil com clavículas em pleno
striptease.
Nenhum comentário:
Postar um comentário