Moradoras da cidade francesa de Banyuls-sur-Mer penduram sutiãs nas ruas para
protestar contra o projeto de uma marina privada na cidade, que fica às margens
do mar Mediterrâneo. A ação foi inspirada pela moradora Barbara Frenz, que decidiu
protestar contra a construção e defesa do meio ambiente.
Fonte: UOL 20/07/2012
Pimpônio poderia
ser classificado como turrão de nascença. É bem informado e talvez por isso tem
opinião sobre tudo. Aquilo que não sabe, ele também tem uma abalizada certeza,
explicação, seja lá o que for, para distribuir ao primeiro ouvinte que lhe dê
trela.
Fui interpelado
por ele outro dia. Dizia que o assunto lhe arrodeava o juízo por semanas. E sem
pedir licença, sem perguntar se eu teria ouvidos e tempo para ele, foi
despejando o que lhe estava incomodando.
Está certo que as
mulheres de hoje são filhas da revolução sexual e do feminismo que ganhou força
nos anos 60. Mas o que ele não entendia, de jeito nenhum, eram as ações mais
recentes de um grupo de meninas bonitinhas, branquinhas e eslavas que
resolveram protestar contra tudo e contra todos com os peitos à mostra. Isso é
fazer política, dizem. Pelo menos tem o
mérito de encher os olhos – nem todas, tem muita muchiba no pedaço. Melhor que
no Brasil, que se faz política com as mãos, as duas, que os caras atolam nas
burras da viúva sem dó nem piedade. Não peço desculpas pela cacofonia mental
que isso gerou.
Pois bem, picham-se
todas com palavras de ordem e até palavrões, pela barriga, ombros, cara e, claro,
os peitos que são sua marca registrada. O que me incomoda é que parece que esta
geração de mulheres, fora os gritos quando são arrancadas à força das praças ou
de qualquer outro lugar onde balancem suas tetinhas, gritam qualquer coisa
como: um, dois, três, quatro, cinco, mil queremos que (...) vá para pqp. Ah,
meu amigo, entre estes parênteses reticenciados cabem tudo.
As meninas estão
contra o governo: mostram as tetinhas. Querem xingar os economistas: balançam
os peitos. Querem fechar uma usina nuclear: pois não, lá o busto livre, leve e
solto e... pintado. Nada contra umas coisinhas dessas mostrando as partes
pudendas, acho até que o espetáculo é bom de se ver. Mas e daí? Junta gente, a
polícia tem trabalho – e acho que os policiais não devem reclamar – elas chamam
a atenção... para elas mesmas. Acho até que daria uma boa propaganda de sites
de namoro, encontros, por aí.
Sei que nós,
homens, somos acusados de piadas machistas e de julgar as mulheres pelo
estereótipo. Mas, aqui pra nós, fora os gritos e a inacreditável capacidade das
mulheres opinarem sobre tudo – a minha acha jeito de dizer até a cor da cueca
que visto, diz que me deixa sexy – onde foi parar o cérebro argumentativo,
opinativo com começo, meio e fim? As mulheres pensam rápido, são atiladas,
sutis e perspicazes. Onde isso foi parar?
Mas não para por
aí não, meu amigo, não, senhor. Outro dia deparei-me com uma tal “marcha das
vadias”. Fiquei em estupor. O nome era muito direto e escancarado. As
participantes e, pasmem, alguns homens do sexo masculino, não sei se de opção,
andavam na mesma marmotagem. E qual era a razão daquele grupo sair batendo
panelas e apitando semipeladas? Protestar. Parece que alguém disse que as
roupas das mulheres instigam estupradores. Pronto. Só para teimar e provocar,
elas saíram às ruas de meia, calcinha, vestidinhos curtíssimos e se dizendo
vadias. Bem verdade que as mulheres queimaram sutiãs e calcinhas antes, mas a
coisa está ficando repetitiva. Naquela época, ainda havia o ineditismo. Não que
eu seja contra, de jeito nenhum. Que a patroa não me ouça.
Agora, surgiu uma
nova modalidade. Um grupo de mulheres cismou com uma construção de uma marina –
não sei se esqueceram o shopping para as comprinhas –, o fato é que estas
resolveram construir um varal só de sutiãs em plena rua. Cheguei até a pensar
que fosse uma destas montagens de arte contemporânea. Esse povo inventa! Uma dose cavalar para os pobres vouyers. Ouvi
até dizer que uma dezena de fetichistas em alto grau foram internados fazendo
bilu-bilu nos beiços pela dose cavalar de pecinhas femininas que tiveram que
ver.
Não é
curioso que tendo brigado tanto tempo para sair de perto do fogão e da pia, da
máquina de lavar e da vassoura, estas meninas resolveram protestar construindo
um varal? Depois dizem que nós é que as diminuimos.
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