O CAP (Comitê de Prática de Propaganda) do Reino Unido, lançou na última semana uma nota de orientação para todo o setor de cosméticos, ajudando-os a criar suas campanhas de beleza sem confundir ou enganar os consumidores.
Não haverá lei imposta, mas a recomendação é que as empresas de publicidade sigam estas orientações e revejam o uso da pré e pós produção nas fotos de propaganda.
Fonte: UOL Blogosfera
O Brasil, dizem, é um dos países em que as pessoas mais valorizam o aspecto estético do corpo. Pudera. País tropical e ainda andamos quase nus como no tempo do descobrimento. Deve ter sido difícil assistir a uma missa com a indinhada com as vergonhas expostas, como disse Caminha. Quer dizer, com tudo quase à mostra, tem que enfeitar (ou disfarçar) de alguma forma, né não? Botar pena, só no carnaval, no restante do ano fica estranho, então é por um creme, blush e botox que congela qualquer coisa, inclusive, pasmem senhoras, aquelas bundas momescas que por mais que rebole nem chegam a tremer.
Também dizem que somos vice-campeões em cirurgias estéticas, taí a Ângela Burlamarqui que não nos deixa mentir, pois original dela mesma sobrou só parte do nome de nascença. O vice campeonato não é de admirar, afinal, atrizes, apresentadores, políticos – estes merecem uma abordagem à parte – e a patuléia que compra tudo da Jequiti, por excessiva exposição da face, se aventuram a dar retoques aqui e ali, às vezes acolá, lá e mais além, para parecerem mais jovens saudáveis e outros etc de não-sei-que-diga.
Digo que os políticos merecem um tratamento particular, porque nem sempre se trata de estética e vaidade o motivo pelo qual lançam mão de uns retoques. A maioria usa material menos sofisticado, mas de eficácia comprovada ao longo de anos. Pergunte à sua mãe ou avó como é que elas cuidaram dos móveis por gerações. Claro, agora se encontra o tal óleo em spray e outras formulações modernas, igualmente úteis naquelas horas em que o político promete céus e terra ou nega de pés juntos que aquele lá na filmagem não é ele em absoluto, ou era ele mesmo, mas recebia pagamento justo e acertado em negócios honestos com gente igualmente honesta.
Mas, perco-me em divagações. Voltarei aos políticos adiante. Falo agora de Ritinha, que anda indignada porque o cabelo, a pele, os cílios deveriam estar iguaizinhos aos da Gisele Bündchen e, no entanto, o cabelo continua a bucha de sempre, os cílios até caíram metade depois do rímel da propaganda e a pele parece tão seca que faz barulho quando uma parte roça a outra.
Ritinha não sai de casa sem um batonzinho, mesmo que seja para ir na quitanda de seu Nicolau. Eu me cuido, meu filho, diz faceira para Mundicão quando ele reclama. Quando a propaganda sai na televisão, ela corre para ver e comparar com resultado de litros de xampu comprados com o que economiza a duras penas. Mas a cada “rebanada” que a Gisele dá com aquela cabeleira, que chega até a sair faísca de tanto brilho, é como uma facada em Ritinha e olha que ela balança a cabeça mais que a Joelma do Calypso.
Outro dia se pegou piscando diante do espelho que nem a “esquila” da Era do Gelo. Era pra testar o volume, a delicadeza e a sensualidade dos cílios compridos que o rímel prometia. Antes que se convencesse de alguma coisa, Mundicão lascou: deixa eu soprar pra tirar o cisco dos teu zói. Matou Ritinha. Ela esta encucada porque o resultado da tv não acontece com ela. Agora ela decidiu. Vai denunciar a “biutiful body” ao procom. Ritinha não conhece fotoshop nem adivinha que a cambada da publicidade faz miséria na pós-produção das imagens.
Outro dia, Ritinha apareceu em casa com os lábios inchados. Mundicão, que não perde a oportunidade de fustigá-la, perguntou se tinha sido picada por maribondo e ela, revoltada, disse que pôs silicone para dar volume. Não dá nem pra dizer com que a boca da Ritinha está parecida, com aquele bico só dá pra pensar maldade.
Então, minha amiga, não adianta se enganar. Aquele cabelo de seda não vai aparecer em sua cabeça, nem por milagre, daquele xampu e daquele creme rinse. O pés de galinha só com reboco de construção, porque aquele creme revolucionário só funciona na tv. E o corpinho 38 depois de usar o body-qualquer-coisa, nem em sonho. Se não for na faca, você continuará com aquela barriga tribufu. É assim. A vida é mais dura do que parece.
Isso só funciona mesmo – volto aos políticos – com as raposas da política nacional. Isso porque os bichos são quase mutantes de tantas caras que usam. Sem contar cabelos e bigodes de cores inacreditáveis. Alguns, para se descobrir a cor original, só se fizer teste genético ou exumação.
Assim que, prezados leitores metrossexuais e leitoras desesperadas, não caiam na esparrela do teste do “antes e depois”. Aquele aparelho cheio de marmotagem com tecnologia da Nasa nunca lhe dará a barriga tanquinho nem o peitoral daquele modelo. Aqui pra nós, ele também botou peito. E você, querida leitora, que já não sabe mais a cor dos próprios cabelos, não se engane com aquelas mulatas com nádegas, peitos, panturrilhas e outros que tais inacreditáveis, é tudo plástico e o cabelo foi comprado em algum mercadinho do ramo.
Este é mais um serviço público de informação desta coluna.
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