A repercussão
do atentado ao jornal satírico parisiense, Charlie Hebdo, dominou os noticiosos
um dia após o ato terrorista. O que me chamou a atenção foram as manifestações
dos líderes religiosos e políticos islamitas. Não houve um único que não tenha
deplorado a ação do alucinado trio, como também todos disseram que o Islã prega
a paz. Exceto uma autoridade iraniana, que acrescentou ao seu suposto apoio aos
franceses a censura aos chargistas mortos por publicarem humor à custa do
profeta Maomé.
Como uma regra
de relacionamento no mundo globalizado, espera-se este tipo de manifestação
protocolar, mas não passa disso mesmo, especialmente vindo do mundo muçulmano. Afinal,
existem interesses econômicos poderosos que convém manter, além do que ninguém
quer ficar mal na fita pelo silêncio cúmplice. Ademais, existem fortes indícios
de que bons e insuspeitáveis muçulmanos financiam movimentos radicais com seu “zakat”.
Um líder
brasileiro da religião muçulmana expressou seu repúdio e exagerou na dose. Disse
que o islã, além de ser uma religião que prega a paz, também defende a
liberdade de expressão. E por todo canto, mesmo articulistas e jornalistas
ocidentais, apareceram defendendo o islamismo ou o Corão de culpa nos atentados.
Alegam fatores sociais e a uma interpretação radical e fanática do livro
sagrado.
Recentemente,
a Alemanha – que só neste ano passado recebeu mais de duzentos mil refugiados
de origem muçulmana por causa da guerra na Síria e arredores, além da já enorme
população de origem turca que vive no país –, tem visto reações de parte de
seus cidadãos contra o que consideram a islamização do país. É uma reação a esta
presença islâmica, que aos poucos começa a mudar a paisagem – com os minaretes
das mesquitas* – e costumes dos países europeus. No caso alemão, tem sido
fortemente combatida pelo governo, cioso mais que qualquer um pelo ainda
presente espectro do nazismo que paira sobre o país.
Aos defensores
do islã como religião tolerante: apontem um país de maioria muçulmana que é
democrático. Está valendo um que não se reja pela Sharia. Um único em que haja
um jornal independente. Um único em que se possa pregar o cristianismo
livremente, inclusive construir igrejas. Um único em que mulheres sejam vistas
com direitos iguais aos homens. Não há.
O islamismo
democrata e da paz está no exterior, debaixo de leis democráticas e,
curiosamente, minando estes espaços de tolerância por causa, ironicamente, da
própria democracia e da praga do politicamente correto, da torta maneira em
defender as ditas minorias que, no ocidente, ganham direitos exorbitantes,
inclusive em detrimento dos demais. Não faz muito tempo, uma juíza alemã liberou
um muçulmano que agrediu a esposa sob a alegação de não ferir a cultura do
casal que, segundo ela entendia, permitia ao homem direitos sobre sua, digamos,
posse. No Brasil, bestas da antropologia defendem que algumas culturas
indígenas, mesmo aquelas aculturadas, matem seus filhos – de maneira absurdamente
cruel, diga-se – quando nascem com problemas.
Os dois
terroristas franceses nasceram na França. Teoricamente, são fruto da cultura
ocidental. Mas não. Algo os fazia diferentes. As minorias defendidas da forma
que se está fazendo, são mantidas impermeáveis ao entorno. São enclaves
alienígenas no meio da realidade maior. São ilhas isoladas e ressentidas, ao
mesmo tempo em que clamam direitos que lhe são concedidos por uma espécie de
culpa. Esta postura parece alimentar o preconceito dos demais e gerar um
caldeirão fratricida dentro dos países europeus e nos EUA. Embora ali, negros e
latinos americanos – apenas para falar das maiores minorias – não deixam de
defender as cores da bandeira americana.
Por falar em América,
por lá viceja uma aberração típica destes tempos. A maioria absoluta do país é
de origem cristã, o próprio dólar traz a inscrição “In God we trust” e, no
entanto, quase toda propaganda na época do Natal aboliu a expressão “Merry
Christmas” por um anêmico “Happy Hollidays”. O raciocínio débil mental alega
não querer ferir a suscetibilidade dos não cristãos. No Brasil há bestas que
querem retirar símbolos religiosos cristãos de órgãos públicos. O país é laico,
dizem, como se um símbolo cristão fosse mudar o julgamento de um juiz, por
exemplo.
Não há saída
fácil, mas me parece fútil o exercício da defesa da religião muçulmana em nome
do respeito, educação, tolerância ou seja o que for. Em particular, por nós
ocidentais. Mantenha-se o direito de um indivíduo escolher sua religião, mas
jamais nossa submissão ao que nos destruirá como cultura.
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