Dois pilotos da Air India saíram da cabine de
comando para cochilar e deixaram duas comissárias de bordo no comando de um
avião até que elas desligaram por equívoco o piloto automático, informou nesta
sexta-feira a imprensa local.
Fonte: Agência EFE (03/05/2013)
A verdade é
que piloto e co-piloto não perceberam a ficha caindo nem quando o avião embicou
de dez mil metros de altitude. O que, convenhamos, não é igual ao caminhão mais
ÃO que você imaginar descendo uma ladeira na banguela. Eles só caíram em si
quando foram demitidos e fugiram de um quase linchamento... ainda dentro do
avião, pois um espírito de porco, que tem medo de voar, não dormia e ainda
monitorava que nem uma caixa preta cada evento da máquina e das pessoas dentro
da aeronave.
A história tornou-se
viral, como se diz, e a que mais gosto diz que os dois não cometeram
irregularidades cochilando enquanto pilotavam – fora da cabine de comando – estavam
cansados, alegaram seus advogados de defesa, na tentativa de culpabilizar a
empresa que tira o couro dos pobres aeronautas. Os fatos “verídicos”, dizem: eles
vinham de Bangcoc, a capital da safardanagem mundial. O cansaço resultou de uma
esbórnia da qual os dois participaram. Algo parecido ao “Se beber não case 2”
(2011) em que Stu (personagem de Ed Helms), o noivo casamenteiro, se esbalda na
noite de despedida de solteiro, inclusive com um travecão que... vocês sabem.
A comissária
de bordo que tomava conta da bodega, quero dizer, do copite do Airbus-321 da Air
India enquanto os dois cochilavam, empolgou-se e começou a dedilhar botões à
torto e à direito. Como a cada dedada, se me permitem, uma luzinha ou som era
produzido, ela foi se empolgando. Ela só não, ela e as colegas que foram, uma a
uma, enchendo o copite. Parecia o vagão da banda das garotas do filme “Quanto
mais quente melhor” (1959) com o trio Marilyn Monroe, Tony Curtis e Jack Lemon.
Quem não viu o filme, veja ou vai ficar voando com a piada.
A certa
altura, já rolava de tudo no exíguo espaço entre as duas poltronas dos pilotos
e os painéis com milhares de teclas e botões. Sabe-se lá como – talvez pelo
vinho que rolava solto –, uma das garotas resolveu fazer aquelas danças
indianas em que reviram os olhos e mexem os dedinhos de forma estranha. Pois
bem, um destes desligou o piloto automático e lá vem o avião despiguelando
nuvens abaixo.
Imagine se
profissionais de outras áreas resolvem dar uma cochilada, aliviar a bexiga ou
qualquer outra coisa que lhe dê na telha justo no meio de sua tarefa, considerando
que seja de certo grau de gravidade e periclitância. O cirurgião fazendo uma
intervenção cardíaca. O coração ameaça parar, tem que fazer massagem no dito
com as mãos, mas cansado da tarefa enfadonha, chama o cara que recolhia o
balde, sei lá, e diz: vai apertando aí que vou bem ali. A cada dez minutos para
e vê se ele se vira só, se não, aperta mais. Já volto.
Ou seu
dentista predileto que no meio de um tratamento de canal, depois de enfiar aquele
espículo torneado no buraco do dente um monte de vezes, se enche daquilo e lhe
deixa boquiaberto – literalmente – e vai tomar um café. Não fecha a boca, vou
ali rapidinho. A baba enchendo sua cavidade oral, a língua se mexendo como se
tivesse tomado redbull com ectasy, a luz lhe encandeando e a auxiliar, ao lado,
cantando a última maravilha do gênero pagofunk.
Não quero nem
falar do vexame de alguns exames que se faz que por não terem inventado nada
melhor ainda é o dedo, a mão que precisam fazer o inventário de seus dilemas
clínicos urológicos, ginecológicos etc. Tem gente pra tudo. Quem vai saber que
na cara simpática daquele ilustre profissional não se esconde um sádico em
potencial?
Não
sei vocês, mas por mim, viagem aérea que inclua passar a noite dentro do tubão
voador, deverá ser antecedida de alguns itens de primeira segurança. Air India
nem pensar, não sou adepto de milhões deuses e tenho uma dificuldade danada de
aceitar esse vai e vem de alma penada, pior ainda se corro o risco de vir como
lesma ou barata. Mas o principal deles é ter quatro pilotos. Para o pessoal se
revezar na direção enquanto os outros dormem!
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