A
flatulência dos dinossauros herbívoros pode ter causado o aquecimento do
planeta há 150 milhões de anos, durante a era Mesozoica, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira no Reino
Unido e publicado no periódico Current Biology.
Fonte: Revista Veja
(07/05/2012 - Com agência EFE)
A glória não vem fácil não.
Precisa ralar, meu filho. Às vezes, literalmente, tem-se que meter a mão na
m... Minha tese é revolucionária. Sei que vai causar espanto e alguma negativa,
afinal todo mundo diz que um meteoro exterminou os dinossauros há 65 milhões de
anos. Eu refutarei esta tese. Atrapalha-se um pouco. Afasta, Mimosa. Mimosa é
nossa modelo para explicar a teoria. Quero dizer que a vaca não é maltratada,
embora faça parte de uma pesquisa neste laboratório. Falo isso porque estas
patrulhas de ecoxiitas são um saco. Querem acabar com a utilização de animais
em pesquisas. Vamos usar o quê? Lesma? Minhoca?
Você perguntou no que consiste
minha teoria. Vamos falar em palavras simples, para compreensão de seu público.
Os dinossauros foram extintos por causa da flatulência. Só isso? O senhor nega
a queda do meteoro? Há controvérsias quanto a esta queda. Como assim? Há uma
cratera que foi medida e fotografada e os estudos provam que as consequências
da queda do bólido sugerem a extinção, porque gerou um inverno gelado em todo o
planeta.
Meu jovem, isso é o que dizem por
aí. Afirmo que os dinossauros estavam extintos quando o meteoro caiu, se é que
caiu mesmo. Eles morreram de calor e sufocados nos próprios peidos. Meu amigo,
peido de dinossauro não é brincadeira, nem se fale no barulho. Não é mais
difícil provar os peidos dinossáuricos do que a queda do meteoro? Digo que um
meteoro deixa um cratera, mas o peido se dissipa no ar. Aí é que você se
engana. Não se precisa “provar” os flatos. Todo ser vivo flatula – inventei
esta palavra. Mesmo aqueles que negam. O senhor tem cara de quem nega.
Não nego nem afirmo nada. Aqui se
trata de uma entrevista e quem peidou foram os dinossauros e não eu.
Explique-me. Escapou-me uma coisa. O senhor se referia ao cheiro quando
expressou que as bufas não eram brincadeira... Ah, esta é a cereja do bolo de
nossa teoria, por assim dizer. Minha equipe conseguiu reproduzir o cheiro ou
algo muito próximo. Não posso dizer como, é segredo. E estudos anatômicos da
cloaca monumental dos bichos revelaram algo inusitado. Um engenheiro de som
reproduziu o barulho do traque. Mas deixemos isso de lado, isto será parte do
show da apresentação da tese. Concentremo-nos no mais importante.
O que seria? Que o metano saído
daquelas bundas gigantescas esquentou o planeta inteiro. Isso desarranjou o
clima com um calor insuportável. Incêndios, secas devastadoras e temos os
pobres dinossauros mortos. Eis tudo. Para se ter uma ideia, eles despejaram mais
metano na atmosfera que nós hoje com nossas fábricas. O frio veio depois, só
congelou carcaça.
E onde entra a Mimosa nesta
história, já que se trata de um mamífero? Medimos as bombas da Mimosa e
comparamos com os dinossauros. É praticamente uma regra de três simples. Um dinossauro
saurópode pesava 45 toneladas e media 45 metros. Como era também herbívoro, a
gente compara com uma vaca. Pensamos num elefante, mas era ligeiramente
complicado manuseá-lo aqui dentro. Não era prático retirar 220 Kg de cocô do
laboratório e o elefante não deixava a gente enfiar o equipamento para medir os
gases.
Doutor, obrigado pela sua
atenção. Nossos leitores ficarão muito gratos por estas informações tão
importantes. De nada. Só queria dizer que um resultado de nossa pesquisa –
ainda a ser provado – tem a ver com a
flatulência humana. Imagine 7 bilhões de onívoros vezes 1L/dia. Um o quê? Um
litro de gases, meu caro jornalista. Tem gente demais no planeta, a coisa
começa a complicar. O senhor não gostaria de participar como voluntário? Não,
obrigado.
Tudo bem... Você sentiu? Olha
que este estudo me deixou com um nariz muito sensível. Foi você? Não senhor,
não nego estas coisas. Dá uma bifa no cara do microscópio. Ô sem noção, tu já
comeste repolho com cebola de novo, não foi? Vai dar uma volta lá fora. Volta-se
para o jornalista. Eu ainda demito este cara.
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