Entre
mulheres e homens com idades entre 45 e 49 anos, os cientistas perceberam um
declínio no raciocínio mental de 3,6%. As conclusões contradizem pesquisas
anteriores sugerindo que o declínio cognitivo só começaria depois dos 60.O
estudo, publicado na revista científica British Medical Journal, foi
conduzido ao longo de dez anos, entre 1997 e 2007.
Os
cientistas avaliaram a memória, o vocabulário e as habilidades cognitivas – de
percepção ou de compreensão – de quase 5,2 mil homens e 2,2 mil mulheres entre
45 e 70 anos, todos, funcionários públicos britânicos.
Fonte: BBC Brasil (6 de janeiro, 2012)
Até Parece que a pesquisa foi
feita comigo, disse Asnovaldo. Para ver como o mundo evolui, se piora ou se
melhora, não sei dizer, mas cada dia se descobre um mistério novo. Se bem que
crise de meia idade não é mistério nenhum. Que não é nada de meia, está mais
para lá do que para cá. O danado é que a gente ainda se enganava esperando os
sessenta, para só então se queixar da escuta agravada, da vista cansada e dos
esquecimentos de tudo enquanto.
Para mim foi um espanto, sim
senhor. Antigamente, em se tratando dos homens do sexo masculino – Asnovaldo
gosta de falar assim não por pedantismo é porque, diz: ‘o mundo está
escalafobético nesta área havendo homens que não praticam o sexo masculino’. E,
ainda segundo diz: é difícil de separar um do outro – o problema era só aquele
de falhar na hora agá. Não aquela falha ocasional que quase todos os homens
experimentam em algum momento da vida, mas
aquela falha recorrente e persistente da qual jamais se falava. Um
compadre meu, coitado, tornou-se um mentiroso desavergonhado nesta questão. Ô
homem de ter aventuras calientes!
Aconselhei o pobre umas poucas vezes.
Mas ele ora ardia como um amante latino, quase um Rodolfo Valentino, ora
mergulhava sorumbático num mutismo comatoso, se tão somente o assunto roçasse a
questão sexual. Minha comadre, que era mulher séria, aguentou aquela desdita
até não poder mais. Foi inventarem aqueles remedinhos azuis e meu compadre
virou a besta fera de assanhado. Mas sem medir presão e fazer checkup do
coração a afoiteza virou defunteza. Deus o tenha em bom lugar (benze-se).
Parece, por outro lado, que o
risco vale, mesmo sendo arriscoso, havendo mesmo quem defenda a aventura como
uma forma de sair de um paraíso e ir a outro, mesmo a despeito das ridículas e
vexaminosas circunstâncias em que o pessoal do iml encontra o decujus. Vôte!
Já repararam? A coisa está ali
quieta. Não tem nada de defeituoso e você, capengando, vai dando para o gasto.
Então, um pesquisador sem ter o que fazer, diz que 45 anos e não 60 é a idade
em que a coisa começa a degringolar. Eu que passei um ano depois desta
fronteira me quedo descobrindo uma mouquidão que sempre vivi com ela sem fazer
vexame, mas que agora precisa de aparelho. A vista sempre foi astigmatizada
mesmo. E o esquecimento?! Ah, já estou com medo até de esquecer o próprio nome.
O sujeito está bem. Alguém – isto
é coisa de mulher – insiste para fazer uma consulta, olhar os aparelhos, fazer
uns ajustes, sei lá mais o quê. Para livrar-se da insistência, vai ao médico e
acaba descobrindo que, por pouco, não seria chamado de zumbi. Quer dizer, já
estava morto e não sabia. Aí aparece tudo quanto é engriguilho. E eles defendem
a má notícia dizendo que é melhor ir porque se descobre precocemente – pessoal
da saúde adora esta palavra – e ajeita os pandarecos. Onde já se viu...
É a profecia que se autocumpre.
E o sujeito não vivia bem? Eu não posso ouvir estas coisas de pesquisa que me
impressiono. Serei, como se diz? Um hipocondríaco! Serei? Não sei. Mas que
estou mouco como uma porta é como me sinto. Cego ainda não, mas quase e
esquecido... do que que eu estava falando mesmo?
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