Jennifer Coll estava dirigindo em uma estrada rural, na cidade de Loveland,
quando teve o carro atingido por uma marreta, que quebrou o para-brisa do carro
e atingiu a motorista de 60 anos em cheio no rosto.
Jennifer sobreviveu apenas com o rosto machucado. Para ela, foi um milagre.
No momento em que seu carro foi “atropelado” pela marreta voadora, a motorista
estava rezando.
Fonte: Do UOL Tabloide (Em São
Paulo - 09/11/2011)
Dirigir em São Luís é um saco. Fossem apenas as péssimas
condições das vias vá lá, pior ou igual a isso é a vasta fauna de antas, burros
e cérebros de minhoca que sentam no lugar dos motoristas e, pasmem, conseguem
tirar o carro do lugar. Não sem consequências. A eles nunca lhes foi apresentado
a pequena alavanca, logo abaixo da direção que serve, entre outras coisas, para
acionar as lanternas sinalizadoras. Mais ainda. Invadem faixas, andam na
contramão, avançam sinais. Como pebas ensandecidos, cavam qualquer brecha e
enfiam o carro lá, pra cima de você que, tentando ser civilizado, ocupa seu
justo lugar à espera de que o trânsito ande.
Mas não se tem notícia de que um motorista tenha sido
atropelado por uma marreta. Você leu corretamente. Aquele treco com que
trabalham denodados peões para demolir coisas ou cravar estacas onde se lhes
mandam. A simpática Jennifer viajava tranquilamente por uma boa estrada
americana quando BUM. Uma marreta atravessou o parabrisa e acertou no meio do
seu frontispício.
Conseguiu parar o carro e pedir ajuda. Foi socorrida por
um atônito transeunte que só a custo acreditou na história porque jazia no
bando do carona a marreta assassina que, como se vida tivesse, voou por aí e,
sem brevê, sapecou-se na pobre mulher.
A autoridade policial queria porque queria saber se a
digna senhora teria algum inimigo. O suspeito natural seria algum pedreiro mal
pago ou com quem tivesse dívida. Mas dona Jennifer negou e eis a surpresa. Não
tem inimigos. Leva vida simples e frugal. Mulher religiosa e boa vizinha. Quem
teria interesse em matá-la de forma tão inusitada? Ninguém, por suposto. Porém,
em meio ao relato, dona Jennifer diz que na hora do acontecido estava rezando.
O experiente policial de Loveland sacou na hora que aí
estava a charada de todo o imbróglio. Sim, porque homem destemido e dedicado à
sua profissão não deixaria acontecer uma coisa tão relevante em sua cidade sem
que esclarecesse tudo, tintim por tintim.
Quis saber sobre o que rezava dona Jennifer. Ela
retrucou que sobre nada, apenas rezava. Quantas vezes a senhora reza por dia?
Quis saber. Não sei, toda hora, até dirigindo. Está explicado. A única forma de
uma marreta voar e atropelar a senhora é um ato divino. Pois, como se sabe, ela
violou a lei da gravidade. É um milagre, disse dona Jennifer. Deus estava
comigo e me salvou.
É aí que senhora se engana. A senhora ignorou que a
paciência divina também tem limite. Permita-me adverti-la, o Senhor não estava
num bom dia certamente e justo por perturbá-lo dia e noite, ele como que deixou
escapulir a marreta. Não para matá-la evidentemente, afinal ele controlou a
intensidade, a velocidade e, como pode tudo, subverteu as leis da física,
apenas para alertá-la que hoje não era um bom dia para ladainhas. A senhora não
tem amigos ou parentes com quem conversar?
O senhor está louco. Onde já se viu falar uma heresia
dessas sobre o Senhor? A paciência DEle é infinita, se o senhor quer saber. Eu
sempre converso com Ele quando dirijo. Taí a explicação de suas multas,
retorquiu o policial. Dona Jennifer, não vamos ficar aqui discutindo o que o
Senhor acha ou deixa de achar, a prova está na sua cara e me desculpe, mas penso
que o Senhor até se divertiu com esta traquinagem e de lambuja, ainda manteve a
senhora mais crente do que nunca, pois insiste em dizer que Ele a salvou.
Para um policial, o
senhor está excedendo suas funções. Não preciso de conselhos sobre a paciência
celestial. Tudo bem, mas só por preocupação, da próxima vez que a senhora for
rezar e dirigir use um capacete e não é garantia de nada. Olha só o que
aconteceu com aquele piloto brasileiro. Mas aí não teve nada a ver com o
Senhor, foi o Barrichello que ainda não aprendeu a dirigir.
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