Usando microfones subaquáticos, a equipe da
Universidade de Liège, na Bélgica, gravou os sons emitidos pelos peixes quando
se confrontavam.
Em artigo publicado na revista científica Journal of Experimental Biology, a
equipe disse ter identificado três tipos de sons, cada um contendo uma
"mensagem" específica.
Fonte: Victoria
Gill (Repórter de Ciência e Natureza, BBC News – 13/10/2011)
Zé do Oim recebeu este nome pela
simples razão de que seus olhos eram, de fato, olhinhos, espremidos assim como
se estivesse permanentemente encarando o sol. Tinha lá um quê oriental que ele
dizia, não sem certo orgulho, que era devido a uma longínqua tataravó. Segundo
sua lenda familiar, tinha sido a pobre mulher capturada pelo seu tataravô. Numa
caçada, o homem ouviu os cachorros latindo em sinal de ter acuado uma fera. Mas
eis a surpresa dele, ao chegar ao local a fera era uma indiazinha por quem caiu
de amores.
Oim é um tanto parvo, mas tem lá
sua esperteza curtida na vida. Fica danado mesmo é com a insinuação de que é
filho de chinês. Que chinês o quê! E lá conta a saga da índia, sua avó
pré-histórica.
Soube esta semana que uns gringos
no estrangeiro descobriram que piranha late. Primeiro se confundiu. Não que
chame aquelas moças de piranhas, acha isso falta de respeito com as duas, a
mulher e o peixe. Acredita que piranha só tem uma, o peixe. E não vê como é que
a outras se parecem de alguma forma com o hidrológico animal. Será que é porque
agora também chamam as mulheres damas de cachorras? Não sabe responder.
Explicaram a Zé do Oim que a
pesquisa se realizou com piranhas mesmo, isso para grande admiração e espanto
dele. E só descobriram isso agora? O informante ficou um tanto desconcertado.
Como assim, só agora? Zé do Oim, nascido à beira do Mearim, pescador desde
criança, acostumado a chupar cabeça de cascudo, balancou a cabeça em sinal de enfado.
Ô gente mais besta! Gastaram dinheiro com isso?
O interlocutor tentou dar ares de
importância à pesquisa. Disse que descobrir que as piranhas latem para se
comunicar era uma forma de conhecer mais estes animais e até ajudar aos
pescadores a melhor época para pescar e outros blá blá blás. Zé permaneceu com
seu ar superior. As piranhas da beira do rio onde pesco não só latem como miam,
imitam passarinho e, não conto história de trancoso, tem uma lá que canta igual
a Alcione. Eu mesmo ensinei as bichinhas a vigiar minhas galinhas e explicou –
tem muita raposa por lá.
Vou contar como peguei amizade
com as piranhas. Estava eu pescando e ouvi um rosnado. Olhei prum lado, olhei
pro outro e nada. Já pensava em dar uma pedrada no cachorro que, fazendo zoada,
ia espantar os peixes, mas não vi nem um. De novo, rosnado e latido. E não é
que tinha umas três piranhas tentando espantar uma onça que estava pendurada
num pau de olho em mim. Aí sim, foi um susto grande. A bicha ia pular bem no
meu cangote. Mas com tanto latido, fugiu.
Joguei as iscas para minhas
amigas cachorras, quero dizer, piranhas. Nossa relação mudou totalmente: agora
eu cuido delas é com leite ninho e coca-cola para arrotar. Ô bichinhas que
aprendem coisa. Se você for lá, eu mostro. Dão saltinhos, rolam, dão as
barbatanazinhas e buscam um pedaço de pau quando jogo lá no meio do rio. Agora
tem uma coisa, são sestrosas. Gente de fora elas ficam meio envergonhadas e dão
no máximo um rosnado. Acho que comigo é porque pegaram gosto da minha pessoa.
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