Um relatório do Tribunal de Contas do Estado do Piauí aponta que o deputado estadual Robert Rios (PC do B) usou R$ 9.455,70 da Assembleia Legislativa para pagar implantes de silicone para os seios para sua então mulher, em 2009.
O texto desta semana homenageia os ilustres deputados federais Cléber Verde e Pinto Itamaraty, campeão e vice em gastos da cota parlamentar na Câmara Federal, apenas no primeiro semestre. O primeiro gastou R$166.781,22. O segundo gastou R$155.705,27. Um feito. Deixaram para trás 511 outros dedicados membros do legislativo federal.
Fonte: Folha DE SÃO PAULO
Deputado Riachinho, o senhor poderia nos dar uma entrevista sobre o escândalo que envolveu seu nome? Escândalo??!! Meu caro jornalista, Deputado Riachinho não se mete em escândalo. Eu sou um humilde servidor do povo. Se meu nome está citado em alguma coisa que VOCÊ chama de escândalo, com certeza é porque EU me sacrifiquei pelo povo. Fui lá, botei o dedo na ferida. Defendi os pobres.
Mas deputado, o senhor é acusado de pagar as mamas de sua mulher... desculpe, as tetas... perdão, os peitos... ai... Mil perdões, não quero ser desrespeitoso. Você quer dizer os seios? Isso, deputado, os seios de sua mulher. Dizem que gastou da verba indenizatória mais de nove mil reais. Convenhamos, deputado, não há povo nesta história.
Inacreditável! Estou pasmo! Com certeza, a deturpação da história tem o dedo de meus adversários políticos. Então, jornalista, você quer me convencer que minha mulher não é povo? Você é casado meu jovem? Não, deputado. Logo vi. Não quis dizer que sua mulher não é povo, mas é muito dinheiro por um par de seios. Implantes, meu jovem, importados dos Estados Unidos. Os melhores que há. Não explodem, são macios, grandes, assim... (faz o movimento com as mãos para dar ideia de volume).
O senhor vai devolver o dinheiro? Veja bem, sequer fui intimado sobre o tema. Desconheço qualquer intervenção estética nos seios de minha mulher. E posso lhe afirmar com segurança, eu durmo com ela. Mas o senhor acabou de concordar que ela fez, deputado. Não senhor, não ponha palavras em minha boca. Questionava sua opinião de que minha mulher não é povo.
Deputado Riachinho, há provas de que sua mulher implantou silicone nos seios com dinheiro público. Como diz meu amigo Lula, jornalista é tudo babaca, com todo respeito. Vejo que insiste nesta potoca dos meus adversários. Se minha mulher implantou qualquer coisa no lugar que for, é assunto íntimo dela. Quem sou eu para dizer para ela botar peito ou tirar peito? Mas a autorização da verba é sua, tem sua assinatura.
Olhe, jornalista, eu só concordei em atendê-lo porque pensei que falaríamos da saúde do povo, que é a coisa pela qual mais trabalho. Para sua informação, só neste ano, encaminhei verbas para mais de dois postos de saúde todo equipado com esparadrapo, mertiolate, gaze, álcool – em gel que é para ninguém se queimar –, tesourinha, uns comprimidos de cibalena e três sacos de casca de laranja para curar dor de barriga. É um santo remédio, dizia minha avó. Deputado Riachinho só pensa numa coisa, dia e noite, meu rapaz, em servir ao povo.
Deputado, o senhor está ciente de que o ministério público vai investigar a compra dos implantes do seio de sua mulher? Ainda não fui informado. E como é que você acha que eles vão investigar, apalpando os peitos de minha mulher? Não senhor, com provas documentais. Papel não prova nada, meu jovem, mas se alguém se atrever a querer ver a prova ao vivo, vai ter morte, porque não sou homem de ser envergonhado. Com a honra alheia não se brinca. Vai ter sangue! (grita o deputado olhando diretamente na câmera enquanto sai com um risinho na boca).
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