Um médico jordaniano que trabalhava temporariamente em um hospital no norte da Inglaterra está sob investigação por haver removido um dos testículos de um paciente em vez de retirar um pequeno cisto que estava no órgão.
Fonte: BBC Brasil
O relatório que os senhores passarão a ouvir descreve os testemunhos dos auxiliares na cirurgia, pacientes e o do homem a quem doutor Ibraim Faluja extirpou um dos testículos. A ampla pesquisa realizada por esta comissão foi necessária porque, como se verá, revela uma cadeia de acontecimentos cujo trágico desfecho é o objeto da investigação deste Conselho de Ética Médica.
Antes de mais nada, convém relatar que há dois anos doutor Faluja envolveu-se num nebuloso caso de desvio de medicamentos controlados – anestésicos –, por meio de receitas falsificadas que alimentavam um lucrativo comércio para celebridades. Logo depois, também foi mencionado num roubo da farmácia de um hospital, supostamente como cúmplice da gang do jaleco. Porém, o resultado das investigações sendo inconclusivos, levou-nos a arquivar as denúncias, o que não é o caso, em absoluto, nesta nova investigação.
Em abril do ano passado, doutor Faluja, atendeu o senhor X numa consulta em que este se queixava de um problema no saco escrotal. Como atesta o resultado dos exames anexos, foi diagnosticado um cisto na região mencionada. A indicação de cirurgia feita por dr. Faluja, convém afirmar, foi acertada.
Após os exames de praxe, a cirurgia foi marcada para o dia 2 de maio. Na manhã daquele dia fatídico, dr. Faluja atendeu uma senhora, a quem costumeiramente receitava hipnóticos, ansiolíticos e sedativos, ao que se sabe, por quantia não revelada. A senhora em referência, declarou-nos que dr. Faluja, antes de receitá-la e aplicar dois destes medicamentos de uso controlado, resolveu aplicar-se em si mesmo, o que lhe causou, disse a senhora, espanto, pois não sabia que o doutor era também usuário. No entanto, acrescentou a senhora, ele alegou que sendo um medicamento novo – o que motivou num aumento dos seus, vá lá, serviços – era preciso fazer um controle de qualidade e por isso ele testava nele mesmo. Ao que se lembra, a senhora disse que acabaram os dois curtindo um barato dentro do próprio consultório.
Acontece, senhores, que daí a poucas horas, dr. Faluja faria a cirurgia que resultou na inesperada extirpação. Conforme relatos dos auxiliares na intervenção cirúrgica, dr. Faluja estava um tanto eufórico, mais que costumeiramente, o que nos faz supor que ele era reincidente no ato, apenas desta vez aumentou a dose da droga que usava.
Certa enfermeira, a quem não mencionaremos o nome para proteger sua identidade, contou-nos que dr. Faluja deu-lhe um beliscão nas nádegas, isso dentro da sala de cirurgia. A uma outra auxiliar teria se oferecido para lhe fazer massagens em partes anatômicas que não convém indicar.
Entretanto, as atividades necessárias à cirurgia seguiam normalmente, até que a certa altura, dr. Faluja perguntou à enfermeira se aquilo na sua mão era mesmo um cisto ou era outra coisa. Para horror da equipe, o doutor trazia à mão um dos testículos do paciente, porém, passado a surpresa inicial, inclusive do próprio médico, ele insistiu em afirmar que era um cisto. Não satisfeito com imperícia boçal, fez chiste: gostam estrelados ou cozidos? Perguntou. A prova definitiva, senhores, e deve-se isso ao trabalho diligente da enfermeira que teve as nádegas beliscada, está neste vidrinho como todos podem comprovar.
Diante de tais testemunhos e provas, esperamos que este Conselho, após ouvir o acusado, aplique as penalidades esperadas para tais casos.
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