Um app lançado na terça-feira
(20) promete dar o que falar. Ele permite que o usuário simule que está
namorando alguém. Para isso, o aplicativo fornece mensagens de texto, de voz e
até selfies falsas, mas realistas.
Fonte: Exame.com
(Saulo Pereira Guimarães, 20/01/2015)
Dizem que a
profissão mais velha do mundo é aquela que se vende partes do corpo por tempo
determinado para deleite dos outros. Mas tão velha quanto esta é a alcovitagem.
Se não o detrato, o “shadchan”,
na cultura judaica, é um profissional que cobra para arranjar casamentos. Alcovita,
portanto, e não por pensar-se um cupido narigudo, mas por taxa de corretagem
certa. Outras culturas também tem este personagem. A Índia ainda mantém esta
tradição muito viva, o que leva muitos jovens, influenciados por valores
ocidentais, a resistir ao sistema de casar às cegas.
De qualquer
modo, arrumar uma contraparte é um teste hercúleo, com zilhões de riscos
envolvidos. Dizem as estatísticas sentimentais que metade dos casamentos
acabam, logo, outra forma de ver o caso, é pensar que sua escolha tem 50% de
chances de dar certo. O que seria ver o copo como meio cheio. Engraçado, a
metade que dá com os noivos n’água é unânime em tentar a experiência uma
segunda vez. Às vezes mais. Por fim, parece que se cansam de tanto errar e já
não se separam mais.
Nesta
barafunda toda, há que se lidar com as cobranças sociais que inventam razões
para explicar porque uma pessoa com certa idade ainda não se casou ou, horror
dos horrores, não tem sequer um mísero ficante para exibir por aí. Situação que
leva a desditosa criatura a sentir-se a mais miserável de todas, pois se julga
incapaz de pegar um sapienszinho sequer. Ora, já ouvi dizer que há quem venda
horas de seu tempo para desfilar com os tais supostos fracassos sentimentais
ambulantes. Saída precária, pois não? É uma espécie de prostituição light, mas
que pode, a qualquer momento, mediante majoração do valor inicial, evoluir para
algo mais hardcore.
Pois seus
problemas acabaram!! Como diriam os finados Cassetas com suas ofertas Tabajara.
Uns tais, nos EUA, inventaram um app que simula uma relação de namoro verdadeira
com provas virtuais tais como – espanto! – selfies com namorados e namoradas.
Emails e até mensagens de voz, pasmem! O app tem o sugestivo nome de “invisible
girlfriend” ou “boyfriend”.
O curioso é
que estes invisíveis namorados são reais. Por alguma merreca emprestam suas
caras para compor as fotos que montarão a farsa verdadeira. Há gente pra tudo!
Além disso, ganham um mimo. Uma camiseta com a frase: sou namorado(a) invisível
de alguém. Igual como quem ostenta suas ações em favor da salvação dos lêmures
de Madagascar ou a perereca ameaçada de extinção na lagoa nos confins da caixa
prego.
O felizardo
assinante do serviço – pois sim, trata-se de um serviço, segundo seus criadores
– poderá sair do limbo onde infelizes seres vagam sem par e mostrar-se por aí
sem o menor temor de ser desmascarado. E se alguém desconfiar? Sempre há um
espírito de porco rondando. Fácil. O assinante recebe até uma carta escrita à
mão de seu namorado fictício.
Os donos do serviço ainda
defendem as vantagens de ter um namorado invisível. Todas as partes chatas da
relação não existem, inclusive odores orais, chulés, sovaqueira e outros que
tais. Não filha, não tem pegação. Também não, Zé Mané, a menina da foto não
topa encontro nem faz cafuné no pé.
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