O que a professora pediu aos estudantes de 15 a 16 anos foi o planejamento de um atentado terrorista com o uso de armas químicas ou biológicas.
Cada estudante deveria escolher uma comunidade com o “objetivo de matar o maior número possível de civis inocentes, de modo a transmitir a mensagem terrorista”, conforme orientação que a professora passou por escrito aos estudantes.
Fonte: BBC Brasil.
Cada estudante deveria escolher uma comunidade com o “objetivo de matar o maior número possível de civis inocentes, de modo a transmitir a mensagem terrorista”, conforme orientação que a professora passou por escrito aos estudantes.
Fonte: BBC Brasil.
Houve tempo que professor era profissão respeitada. Carregavam uma espécie de aura, à moda dos santos. Quem sabia ler e escrever era rei num mundo de analfabetos. Professor mandava tanto que muitos, regidos por sabe Deus que taras e repressões, abusavam dos castigos com os alunos. Os pais aprovavam, claro. Aliás, professor bom era aquele que sabia usar a régua, a palmatória e outras artes da tortura psicológica, mas acima de tudo, corporal.
No meu tempo havia lá um tal Conceição. Era o rei. Quem sabia lá o que era dislexia, tdah e outros distúrbios? Hoje, ao que parece, tudo quanto é menino já nasce com defeito de fábrica. Bem que cairia bem um recall de crianças. Pois se não é algo no aprendizado, certamente será uma alergia, uma intolerância alimentar. Mas por lá, ele é que sabia desasnar um menino. Se por acaso titubeasse nas notas ou não decorasse as quatro operações na tabuada e ainda as conjugações verbais. Ai dele.
Bastava ouvir o nome Conceição para um menino adquirir uma inteligência e uma esperteza que fazia gosto. Os pobres menos atilados, estes coitados, sofreriam com a pedagogia da pedra lascada praticada na sala do Conceição. Incrível, jamais o vi, sabia apenas a rua em que morava que, para mim, era um terreno proibido, algo como um campo minado. Mas tive lá minha desdita.
Fui jogado num reforço, estratégia de minha mãe para que não ficasse ocioso. Lá pelas tantas, a senhora nos colocou em semicírculo. Tinha que responder a tabuada. Ela, com a régua de madeira numa das mãos, dava tapinhas leves na outra mão, como que vivendo a antevéspera de seu gozo. E tome pergunta. A reguada comendo. Chega minha vez. Pergunta. Respondo certo. E a mulher. Noves fora? De onde aquela mulher tirou aquilo, meu Deus? Nunca na minha vida ouvira falar no tal noves fora. Ignorava solenemente. Ainda estava aturdido à procura da resposta, quando fui acordado pela reguada. Aquilo queimava o braço. Chorei. Fui embora humilhado pela sádica que foi devidamente confrontada dia seguinte por minha mãe e teve que ouvir no mínimo: quer bater? Vai parir.
O tempo passou e professor vive acuado. Na escola pública, luta contra os delinqüentes que lhe ameaçam a vida e o desafiam se ao menos são olhados de viés. Na escola particular, se recolhem ante crianças que se julgam os donos do mundo, alimentados por criações sem limite. A lógica capitalista impera: o freguês sempre tem razão.
Aquela professora queria mais. Dever de casa. Cada qual escolhe a comunidade de seu ódio, coisa que ensinamos no período passado e articule um atentado sangrento. Quero ver cabeças saltitando, corpos dilacerados e ruas banhadas de sangue. Ganhará pontos extras aqueles que capricharem no engenho. Imaginem um inocente carrinho de cachorro quente como disfarce. Não, um de algodão doce. Revirara os olhinhos azuis em seu delírio alucinatório. Um aluno, acostumado aos inocentes joguinhos virtuais em que se despedaça o que seja que apareça pela frente, olhos vidrados: fessora, já trouxe esta granada para testar em sala. Bum.
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